Editorial
Aconteceu em 2009. A Frelimo forçou Eneas Comiche a não se recandidatar ao segundo mandato da presidência do Município de Maputo, mesmo depois de ter exercido uma gestão considerada das melhores já havida na capital do País, todas elas sempre a cargo de alguém da Frelimo. Alegava-se, nos corredores do partido Frelimo, que Eneas Comiche era um entrave aos negócios de certos “camaradas” na capital. Que não concedia espaços urbanos para tudo o que alguns dos “camaradas” queriam. Que era rígido na aplicação das posturas municipais, não abrindo excepções só porque se tratava de “camaradas”.
Comiche estava no fim do mandato e não foi preciso forçá-lo. O “golpe” foi-lhe dado de outra maneira. Varreram-no do cenário e celebraram o caso com pompa e circunstância. Depois deram-lhe, como prenda, um acidente cuja história está até hoje mal contada. Saiu dele com vida, ele e a esposa, mas ainda hoje não se sabe como se chama quem os atropelou e lhes provocou danos físicos graves.
Comiche tinha que ser substituído por outra figura que fosse facilitar todas as pretensões dos tais certos “camaradas”. David Simango foi a figura encontrada para substituir o “rígido Comiche” e parece que as preocupações dos “camaradas” ficaram satisfeitas. Não tem havido queixas como havia durante a gestão de Comiche.