CARTA DO LEITOR
Terminaram as celebrações.
Faltou pompa e circunstância.
55º aniversário merece mais criatividade, luz e talento. Ou será que não existem mais motivos para celebrações? Os esforços não têm superado, infelizmente, alguns equívocos que teimam tipificar e perdurar.
As feiras, entenda-se, barracas para promover alcoolismo, poluição sonora e ambiental, prostituição e outras mazelas, voltam a marcar presença. É inaceitável que uma cidade, como a minha, aceite de forma tão natural este descaso e imundice.
Não importam os objectivos e motivações, estas feiras são um verdadeiro atentado aos valores morais e éticos mais elementares de qualquer sociedade no mundo. Não existem desculpas. Está na hora destas barracas desaparecerem da cidade de Nampula.
Que seja promovido, em sua substituição, qualquer outro tipo de feiras, menos estas barracas para vender álcool o dia inteiro, com música ensurdecedora e sem o mínimo de condições sanitárias.
A Cidade de Nampula ficou bem mais colorida com os semáforos. Porém, faltam as passadeiras. O projecto ficou a meio. Mais do que resolver e prever acidentes, a sinalização luminosa baralha até os animais domésticos.
Falta, claramente, sinalização horizontal que indique onde os peões devem proceder a travessia e onde os veículos devem parar. De contrário não vai dar para continuar assim. Foi demasiado dinheiro gasto sem um plano de continuidade. Na realidade, ninguém obedece ou respeita os sinais.
Nem a própria polícia ou os dirigentes. Porque será que a polícia não inicia uma punição exemplar com multas altíssimas, proibição de condução por dias, semanas e anos, enfim, gerar a receita que seria suficiente para todas as despesas correntes? Uma semana de trabalho sério colocaria ordem em todos os motoristas. Precisamos de aprender a respeitar as leis de trânsito e, acima de tudo, a vida humana.
Respeitar a vida é outra falácia nas principais saídas da cidade, estradas de Nacala e Murrupula. Proliferam, nestes locais, mercados informais que se transformaram em verdadeiros corredores da morte. Todos os dias se atropelam pessoas e de forma cruel e indiferente, pactuamos com isso com naturalidade. Não dá mais para aceitar.
Que se faça um acostamento apropriado e que a polícia fiscalize esses locais. Em última circunstância que sejam removidos para áreas seguras.
Não agir por receio de perder o voto é confrangedor. Não se estão fazendo os cálculos do quanto se perde em vidas humanas e orçamentos para tratar de dezenas e centenas de atropelados.
Pior, não nos faz dó a dor e luto que se causam às famílias.
Os pontos de entrada para cidade perderam a graça. Aliás, perdeu a graça saber que todos os jardins sumiram da cidade. Agora servem para tudo menos de pulmão verde para desanuviara cidade. Alguém dizia que, em Nampula, apenas falta proceder a venda dos canteiros centrais das avenidas. Alguns, bem visíveis, já se transformaram em propriedade privada e sem alvará.
Realmente, inaceitável e inconcebível. Como pode uma cidade conviver e sobreviver com tantos equívocos?(Fausto Muquissirima)
WAMPHULA FAX – 29.08.2011
NOTA:
Tu, cidade, que já foste Nampula a Linda!
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE