A Polícia de República de Moçambique, no distrito de Zumbo, ao nordeste da província de Tete, apreendeu nos últimos seis meses, dos caçadores furtivos, cerca de 60 armas de fogo, de fabrico caseiro, de tipo “Espera Pouco” e uma série de instrumentos tradicionais que são usados para a caça de animais bravios.
As referidas armas foram apreendidas nas comunidades dos postos administrativos de Zámbwè e Muze. O Governo do distrito de Zumbo, segundo Bemane de Sousa, administrador local, está desde o último semestre deste ano envolvido no processo de revitalização e consolidação dos comités comunitários de gestão e preservação dos recursos naturais faunísticos e florestais, com vista a minimizar os índices elevados de contrabando e caça furtiva daqueles recursos.
Sousa disse que a medida visa, essencialmente, contribuir para o estancamento dos abates indiscriminados de animais bravios e florestas, sobretudo elefantes, rinocerontes e madeira preciosa que têm sido alvo principal de contrabando para os países como a Zâmbia, Angola, Malawi e os dos Grandes Lagos.
“Estamos a sofrer um contrabando forte de madeira preciosa de tipo panga-panga, jambirre, pau-preto, chanfuta, entre outra de maior qualidade comercial que o nosso distrito possui, principalmente ao longo da fronteira com a Zâmbia e Malawi, onde os contrabandistas violam a fronteira para o saque destes recursos. Uma grande parte vai para Angola e para os países dos Grandes Lagos. A madeira, depois de cortada e sem o processamento é transportada ilegalmente por camiões estrangeiros que penetram no interior do distrito em conivência com alguns cidadãos nacionais” – disse Bemane.
Aquele administrador apontou que o seu distrito tem uma fronteira extensa e aberta com os países como Zâmbia e Malawi e devido à falta de condições materiais e recursos humanos, o seu controlo não é eficiente, o que permite as constantes violações por parte de estrangeiros que estão a lapidar os nossos recursos naturais”, indicou Bemane.
Os caçadores furtivos abatem elefantes e rinocerontes para a extracção das suas pontas que são comercializados na Zâmbia e no Malawi.
Entretanto, os comités comunitários, no âmbito do Programa Tchuma Tchatu que funciona naquele distrito ao norte da província de Tete e um dos extremos do nosso país, estão praticamente paralisados, devido à insuficiência de meios de trabalho de carácter técnico e logístico.
- Bernardo Carlos