A COMISSÃO Anti-corrupção (CAC) de Timor-Leste disse ontem à agência Lusa que estão a ser investigados 16 casos de corrupção, sete dos quais já foram enviados para o Ministério Público, e que há membros do Governo envolvidos.
“Há membros do Governo, mas o processo ainda não está finalizado porque a comissão só tem a competência de investigar, depois da investigação, remetemos os resultados ao Ministério Público para a eventual acusação”, disse José António Neves, vice-comissário da CAC. “Não podemos mencionar o nome das pessoas envolvidas”, explicou.
A CAC tem, segundo a lei timorense, competência de promover a investigação, em conjunto com o Ministério Público, mas cabe à procuradoria-geral da república fazer acusação final, depois de estudar a investigação feita pela entidade.
José neves disse ainda que os sete casos entregues ao Ministério Público estão relacionados com “abuso de poder e intervenção económica em negócios”.
Entretanto, o chefe das Forças de Defesa timorense, major-general Taur Matan Ruak, demitiu-se, revelou sexta-feira, o vice-primeiro-ministro, José Luís Guterres.
“Na sexta-feira, em Conselho de Ministros, o primeiro-ministro (Xanana Gusmão) leu a carta que o major-general escreveu a apresentar a sua demissão”, disse Guterres à Lusa.
Segundo o vice-primeiro-ministro timorense, o major-general apresentou a demissão ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que acumula as funções de ministro da Defesa, e ao Presidente da República, José Ramos-Horta, que se encontra na China a participar numa conferência e só regressa ao país na terça-feira (hoje). “Compete ao Presidente da República, enquanto comandante-em-chefe, decidir sobre o assunto”, disse Guterres.
O vice-primeiro-ministro disse também que o “Conselho de Ministros compreendeu as razões que levaram o major-general a apresentar a demissão e felicitou-o pelo papel que teve na modernização das forças de defesa” timorenses.
De acordo com a France Press, em declarações a jornalistas e quando questionado sobre as suas ambições políticas, Matan Ruak referiu que vai esperar pelo início do próximo ano para anunciar a sua decisão sobre uma eventual candidatura às eleições presidenciais de 2012.
"Quero servir aqueles que sofreram por este país", sustentou.