Correspondênci@ Electrónic@ Por: Noé Nhantumbo, Beira
Denunciar arrogância e prepotências é defender os direitos dos cidadãos???
Quando um advogado de uma das partes num conflito decide-se pela via de amedrontar ou ameaçar jornalistas torna-se evidente que tal pessoa pretende fazer valer uma posição de maneira pouca ética e em desrespeito completo pela deontologia de sua profissão.
Ser-se pago para defender alguém está muito longe de entrar-se por caminhos escusos e optar-se por ameaças no lugar de estudar os factos e fundamentar posições como manda a lei e os preceitos legais.
Se O AUTARCA se colocou em defesa e solidariedade com uma menina que está sendo vítima de descriminação numa escola que se está revelando desrespeitadora da lei moçambicana o jornal está cumprindo um dos seus objectivos que é de informar os cidadãos.
A publicação continuada de uma situação que já mereceu tomada de posição por organismos do governo moçambicano faz parte de uma campanha de solidariedade com esta moçambicana que é cidadã como qualquer um de nós.
Precisa ficar claro que ser advogado e exercer essa profissão é algo similar a qualquer outra profissão e que o domínio das leis não é justificação para que se ameace fulano e beltrano com tribunal como se isso fosse prerrogativa única do advogado.
Qualquer cidadão pode recorrer aos tribunais para solicitar que seja administrada justiça sempre que se julgue injustiçado ou prejudicado nos seus direitos.
Quando existem argumentos fortes e está claro que a razão está de um lado e não do outro é melhor procurar conversar abertamente com as pessoas e não recorrer a jogos baixos.
A Ordem dos Advogados de Moçambique através de seus departamentos específicos deve trabalhar no sentido de educar continuamente seus membros para que actuem com ética e respeito completo da deontologia que norteia esta nobre profissão.
Jovens advogados devem prestar atenção aos cidadãos de modo a que este país cresça no que se refere ao estado de direito.
A opção financeira e a voracidade que caracteriza alguns praticantes desta profissão muitas vezes leva a que os cidadãos não tenham a confiança necessária.
É a nossa convicção é que trabalho combinado de jornalistas, advogados e demais integrantes da administração da justiça concorre para que o cidadão se sinta melhor servido.
O estado de direito não se constrói unicamente com proclamações mas com pequenos actos e a observância de pequenos detalhes.
É a acção quotidiana de qualidade que contribui para que os direitos de todos sejam observados.
Precisa ficar claro que ninguém é mais cidadão do que outro e que é possível convivermos num ambiente sadio, de colaboração e participação.
Está ficando demonstrado todos os dias em Moçambique e no mundo que os cidadãos possuem direitos e que os estados se baseiam no respeito a esses direitos.
Ameaçar jornalistas deve ser erradicado tanto entre advogados como entre governantes ou outros agentes de autoridades competentes.
Se uma escola situada em Moçambique pretende ultrapassar as leis nacionais o governo deste país deve ser forte e contundente para garantir que nossa soberania não seja beliscada.
Um abraço ao O AUTARCA por ter persistido na defesa dos direitos atropelados de uma menina moçambicana em Moçambique.
O AUTARCA – 22.09.2011