"Quem apresentou o estudo intitulado 'Marxismo de Samora' num congresso de sociologia, em 1980, na Suécia?". A pergunta chega via ondas hertzianas ao rádio dos moçambicanos, num jogo que recupera a história do homem que libertou Moçambique.
Apresentada a pergunta, surgem as três opções dispostas em alíneas, sonorizadas pela voz de Amélia Tunsina, locutora do programa da Rádio Moçambique "Quem Conhece Samora".
"Opção A: Hélder Martins; Opção B: Óscar Monteiro: Opção C: Aquino de Bragança", diz, em tom de mistério, caraterístico dos jogos de charadas.
A resposta vem da província de Tete. Aquino de Bragança garante ao ouvinte e participante a vitória do dia e um lugar na disputa do jogo de final da semana, em que se defrontam os vencedores diários do "Quem Conhece Samora".
"Sentimos que era necessário ir em busca desta pessoa que se estava a esvaecer no tempo, e há muitos exemplos úteis da sua atitude, dedicação e comportamento que era preciso transmitir ao público", diz à Lusa Emídio de Oliveira, escritor de conteúdos do programa.
Como que numa espécie de jogo do Quem Quer ser Milionário, esta maratona de conhecimentos sobre o primeiro Presidente da República de Moçambique, Samora Machel, coloca, diariamente, as dez províncias do país numa acesa disputa.
Na primeira fase do programa radiofónico, foram difundidas informações sobre a vida de Samora Machel e agora testam-se conhecimentos. Em jogo estão três computadores portáteis que serão entregues aos três derradeiros vencedores finais.
Os participantes são, na sua maioria, jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 26 anos.
"Estamos a divulgar a história do nosso país, cultivando o interesse por essa história, não só na primeira fase do programa, que é mais informativa, mas também na fase de pesquisa, porque os jovens procuram as bibliotecas, os professores, fazem entrevistas", sublinha Amélia Tunsina, uma das locutoras do programa.
"Se compararmos a diferença entre o acesso à informação nas cidades, distritos e províncias percebemos que, quanto mais nos afastamos dos centros urbanos, mais difícil é acedermos à informação", nota Emídio de Oliveira.
"A rádio, como um canal de comunicação que consegue transcender as fronteiras e distâncias, faz deste programa uma experiência muito útil", conclui.
No ano em que se assinalam os 25 anos da morte de Samora Machel, o programa, com 16 semanas de emissão, vai estar em disputa na radiofonia estatal moçambicana até ao final do mês de dezembro.
EMYP.
Lusa – 25.09.2011