SEIS camiões que transportavam aproximadamente 40 metros cúbicos de madeira “panga-panga”, em toro, abatida por operadores furtivos durante a calada da noite na coutada-12, no distrito de Cheringoma, Sofala, foram recentemente interceptados pelas autoridades da Agricultura naquela província.
Dados facultados à Reportagem da nossa Delegação da Beira pelo chefe dos Serviços Distritais de Actividades Económicas em Cheringoma, Pedro Cofe, acrescentam que o prejuízo directo somente neste abate ilegal da madeira representa 20 mil meticais, havendo ainda erro de planificação. Os proprietários da mercadoria contrabandeada, entretanto, são dados como estando em parte incerta.
Por conseguinte, a fiscalização florestal baseada no terreno acaba de montar tendas para controlar a situação nos locais propensos à prática deste tipo de crime, o que, “a-priori”, começou a ser evacuada para os Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia de Sofala com a finalidade de prestar apoio social às infra-estruturas do Estado.
Está a amainar consideravelmente a situação. Trata-se de uma operação que envolve igualmente a Força de Intervenção Rápida e Polícia de Protecção.
Para o administrador de Cheringoma, Fernando Razão, o processo de controlo dos recursos naturais acontece de forma intensiva e permanente por parte de todos os membros do seu elenco governamental, de noite e de dia, e mesmo debaixo da chuva e sol intenso.
“Todo o mundo está envolvido na fiscalização em qualquer camião que passa pela nossa área de jurisdição, o que, de facto, demonstra o envolvimento da comunidade na fiscalização, no âmbito daLei de Florestas e Fauna Bravia em curso no país”- consubstanciou.
Estatísticas actualizadas indicam que 58 porcento dos 7200 quilómetros quadrados da superfície total do distrito de Cheringoma é ocupada por florestas, sendo que as antigas serrações daquele distrito foram transformadas pelo Estado em áreas de conservação, como a coutada-10.
Neste momento, a exploração florestal no distrito de Cheringoma acontece em função das exigências do mercado externo nas espécies denominadas panga-panga, mutondo, mondzo, chanate e missassa na produção de travessas e parquês.
Cheringoma conta com dez concessionários, dos quais três funcionam com respectivas indústrias transformadoras, criando assim mais de mil postos de trabalho, beneficiando maioritariamente as comunidades locais.
Para o governo, tais operadores participam activamente nas componentes sociais, designadamente no fornecimento de refugos de madeira às camadas vulneráveis para a produção de caixões, instalação de indústrias de pequenas moageiras, unidades sanitárias e escolares, abertura de fontes de captação de água para consumo, vias de acesso, entre outros.
- Horácio João