DEPOIS de ter concretizado o sonho de estar nos quartos-de-final, Moçambique pode hoje fazer história no Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins que se disputa em San Juan, Argentina. É que em caso de vitória sobre o Brasil, a Selecção Nacional qualifica-se pela primeira vez para as meias-finais, algo que seria excepcional.
O Estádio Cubierto Aldo Cantoni, com capacidade para sete mil espectadores, será outra vez palco de um jogo entre países falantes da língua portuguesa quando forem 23:00 horas no Maputo. A equipa moçambicana não tem tido queixas do renovado Aldo Cantoni, muito pelo contrário, só guarda boas recordações, a última das quais o triunfo sobre Angola, por 4-3. Portanto, é uma equipa super motivada que entrará hoje no rectângulo do jogo para defrontar o Brasil. Porque sonhar não é proibido, é legítimo acreditar que é possível transitar às meias-finais, mesmo atendendo que os brasileiros fizeram o pleno na fase de grupos ao somar por vitórias os três jogos realizados, frente à França (8-1), Inglaterra (7-2) e Colômbia (9-2).
Se o Brasil ganhou em todos os jogos, é preciso frisar que a única derrota de Moçambique foi frente a Portugal, a selecção com mais títulos ganhos (15), por 7-3.
Para o jogo de hoje é provável que Pedro Nunes volte a apostar no cinco que alinhou contra Angola: Igor Alves, na baliza; Spiros Esculudes (Kiko) e Bruno Pinto, na defesa; Mário Rodrigues (Marinho) e Frederico Saraiva, no ataque.Pedro Nunes: Humildade é a nossa maior arma
PEDRO Nunes é o nome que passará a fazer parte da história do hóquei moçambicano por se ter tornado no segundo treinador a colocar a Selecção Nacional nos quartos-de-final de um Campeonato do Mundo do Grupo “A”. No final da partida contra Angola, o técnico português relançou o jogo dos “quartos” frente ao Brasil, tendo frisado que a principal arma da sua equipa é a humildade que vem apresentando desde a primeira partida.
“Vamos respeitar a selecção brasileira. Aliás, tem sido esta a nossa maneira de estar em todos os jogos. Sabemos que somos uma equipa que muitos não acreditavam que pudesse chegar a esta fase, mas o jeito humilde como encararmos todos os desafios tem nos trazido resultados positivos”.
Afirmou que contra Angola incutiu esse espírito aos atletas e frente ao Brasil não fugirá à regra.