O LÍDER da Frente Patriótica (PF, oposição), Michael Sata, ganhou as eleições presidenciais de terça-feira na Zâmbia diante de nove outros candidatos, incluindo o Presidente cessante, Rupiah Banda.
Segundo os resultados anunciados ontem pelo presidente do Tribunal Supremo, Ernest Sakala, o partido de Sata, até então a segunda maior formação política da Zâmbia, destituiu o Movimento para a Democracia Multipartidária (MMD) do Presidente Banda, que está no poder há 20 anos.
Sakala anunciou a vitória de Sata, conhecido pela sua franqueza, com 43 porcento dos votos (um milhão 150 mil e 45 votos), contra 36,1 porcento (961 mil e 796 votos) de Banda.
A presidente da Comissão Eleitoral da Zâmbia (ECZ), Irene Mambilima, explicou que a sua instituição recebeu e verificou os resultados de 143 circunscrições, num total de 150.
Segundo ela, existe uma diferença de 188.249 votos entre os dois principais candidatos (Sata e Banda), ao passo que o número total dos votos registados nas sete circunscrições restantes e ainda não recebidos pela comissão é de 157.710.
Ela afirmou que estes eleitores votaram para Banda, mas que Sata mantinha um avanço de 30.539 votos.
“A comissão está encarregue, tendo em conta a lei eleitoral, de estabelecer e de declarar os resultados de uma eleição sem receber todos os resultados do conjunto das assembleias de voto se os resultados restantes não arriscarem influenciar o resultado geral desta eleição”, precisou Mambilima.
PERFIL DE MICHAEL SATA
Michael Chilufya Sata, 74 anos, nasceu em 1937, tendo na década de 70 começado a sua carreira política até se tornar, em 1985, governador de Lusaka.Próximo do antigo presidente Kenneth Kaunda, Sata afastou-se daquele e juntou-se ao Movimento para a Democracia Multipartidária (MMD), durante as primeiras eleições multipartidárias de 1991.
Ocupou, na altura, várias funções ministeriais, antes de se tornar ministro sem Pasta, número três do Governo de então.
Em 2001, antes das eleições, abandona o MMD, para fundar o seu próprio partido para se apresentar às eleições, durante as quais consegue um resultado medíocre, face ao falecido Presidente Levy Mwanawasa.
Cinco anos mais tarde, em 2006, volta a reencontrar o seu adversário, mas perde de novo o escrutínio. Denuncia eleições fraudulentas e em consequência disso, vários dias de motins entre os seus simpatizantes e forças da ordem sacodem a capital, Lusaka.
Em 2008, após à morte do presidente Mwanawassa é de novo vencido por uma margem mínima por Rupiah Banda e uma violência pós-eleitoral assola novamente o país.