O antigo chefe do Estado moçambicano, Joaquim chissano, diz que Samora Machel recusou-se a ser presidente quando indicado para o cargo depois da assinatura dos acordos de Luzaka, que davam direito de Moçambique criar o seu próprio Governo pela conquista da independência.
Segundo Chissano, o primeiro presidente de Moçambique independente nunca pensou em ser presidente da República, depois da independência.
“Samora queria apenas continuar como homem de combate. Quando indicado a presidente, não aceitou”, revelou Chissano, que falava ontem numa palestra a propósito das comemorações do Ano Samora Machel, pela passagem dos 25 anos da morte deste líder. Contudo, o primeiro presidente de Moçambique independente foi convencido pelos “camaradas” a tomar o cargo, uma vez que só pensava em servir o povo.
O ex-presidente da República defendeu ainda que Samora era um homem que contagiava a todos pela rapidez do seu pensamento e de tomada de decisões.
“Ele pensava rápido em tudo o que fazia. Essa rapidez no pensamento, nos actos, foi transmitida a todos durante as conversas e em todos os momentos em que estivemos juntos”, disse.
O PAÍS – 28.09.2011
NOTA:
Porque Chissano só algumas dezenas de anos depois conta este episódio?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE