A PONTE Samora Machel, sobre o rio Zambeze, em Tete, que acaba de ser reabilitada, vai nos próximos 30 anos passar à gestão privada, numa exploração do consórcio moçambicano/luso, “Estradas do Zambeze”, que irá ocupar-se pela sua manutenção, reabilitação e controlo, segundo disse ontem António Graça, Presidente do Conselho de Administração da “Estradas do Zambeze”.
A nova gestão da infra-estrutura que será privatizada dentro dos próximos meses irá efectuar também o controlo do sistema de pagamento da taxa de portagem. Num futuro muito breve aquela obra de grande engenharia será exclusivamente usada para a travessia de viaturas ligeiras, o que irá acontecer logo que a construção da segunda ponte estiver concluída, dentro dos próximos 42 meses.
O PCA da Empresa “Estradas do Zambeze” acrescentou que a actividade de assistência e vigilância das estradas do corredor de Tete encontra-se integrada numa operação de manutenção que, ao abrigo do contracto de concessão, é da inteira responsabilidade da Estradas do Zambeze, S.A.
Para o desenvolvimento destas actividades, a concessionária contratou, por seu turno, a Operadora Estradas do Zambeze, que tem como accionistas as empresas ASCENDI, a SOARES DA COSTA Concessões e a INFRA, cabendo-lhes a responsabilidade da manutenção da Nova Ponte de Tete e os respectivos acessos viários, como também a reabilitação e manutenção das estradas N7 e N8, entre Cuchamano/Changara/Tete/Zóbuè, bem como das estradas entre Cassacatiza e Tete N9 e entre Calomuè e Mussacama N304, num raio de cerca de 700 quilómetros.
De salientar que o consórcio Estradas do Zambeze é também responsável pelo projecto da construção da segunda ponte do rio Zambeze, na cidade de Tete, cujas obras estão a decorrer sob imensas dificuldades derivadas de vários factores que estão a contribuir para a morosidade daquela obra em curso desde meados de 2009.
“Temos que encontrar um consenso com as estruturas do Governo ao nível de facilidades para a construção. A inteiração entre a construção da nova ponte e a rede viária associada e o meio local é muito grande e tem que haver uma interligação profícua e de muito boa vontade para se ultrapassar estas questões, que estão a impedir o rápido desenvolvimento da nossa obra” - disse António Graça.
Entretanto, a operadora Estradas do Zambeze vai arrancar hoje, dia 1 de Outubro, com o processo de vigilância rodoviária dos 700 quilómetros de estradas na província.
“Hoje começa uma nova era ao nível das relações do tempo das estradas com as estradas propriamente ditas. Porque os utentes vão encontrar nestas estradas o apoio que necessitarem em caso de surgimento de qualquer problema, como avarias, falta de combustível, um desnorte por não conhecer o caminho e se precisarem de alguém que os oriente. Esperemos, por isso, cada vez menos acidentes de viação, e vamos lutar para que sejam cada vez menos longos os 700 quilómetros da faixa rodoviária sob a nossa alçada.
Nós temos a convicção de que esta rede viária que servimos é uma das estradas com uma incidência mais elevada de acidentes rodoviários e um alto índice de sinistralidade, desde o nível dos meios, equipamentos, como também ao nível das pessoas, o que provoca taxas de feridos e mortos muito elevadas” - acrescentou Graça.
Perante estes factores, a Estradas do Zambeze vai implementar algumas medidas, na tentativa de reduzir os níveis de sinistralidade, aumentando o nível da capacidade de inspecção mecânica sobre os meios pesados em circulação, elevar a vigilância e o controlo sobre velocidade, bem como a redução do nível aceitável de velocidade para as viaturas pesadas.
“Vamos aumentar a capacidade sinalética horizontal, como a vertical, vamos incrementar a vigilância na travessia das povoações e vamos fazer tudo ao nosso alcance para que a circulação nocturna se faça em condições mais favoráveis para os peões, ciclistas e para que quem nela circula não tenha que correr riscos” - frisou o PCA da Estradas do Zambeze.
- Bernardo Carlos