UM total de 14 associações de desmobilizados de guerra reiterou ontem a sua confiança no Governo e distanciou-se de ameaças proferidas esta semana pelo contestado líder duma ala do Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique (FDGM), Hermínio dos Santos, segundo as quais o grupo iria promover uma manifestação de protesto contra a não inclusão de ex-milicianos e supostos “naparamas”no Estatuto dos Combatentes, recentemente aprovado pelo Parlamento.
Num encontro com a direcção do Ministério dos Combatentes, aquelas agremiações instaram ao Executivo no sentido de acelerar com o processo de aprovação do Regulamento do Estatuto ora aprovado, bem como com a agilização dos projectos de integração dos combatentes.
Na altura, foi dado a conhecer estar para breve a aprovação pelo Conselho de Ministros do referido instrumento legal , estando neste momento o ministério de tutela a fazer os últimos arranjos do documento que vai operacionalizar a Lei 16/2011, de 10 de Agosto, segundo revelou ao “Noticias”, Lourenço Tchado, assessor de imprensa do MICO.
“No encontro o MICO deu a conhecer que está a implementar um conjunto de acções que estão a cobrir alguns preceitos da lei, como por exemplo a distribuição de cerca de 40 mil cartões de assistência médica e medicamentosa, já financiamentos até agora 25 projectos de geração de renda aos desmobilizados, projectos ligados a autoconstrução, comércio, venda de bens e serviços, pesca, moageiras entre outros. Isto demonstra a vontade política do Governo em ver integrados todos os combatentes contemplados no Estatuto e de valorizá-los”, frisou.
As associações presentes no encontro de ontem, reconheceram que o Estatuto do Combatente aprovado pela AR resultou do consenso alcançado e o grupo, e responde a ansiedade destes manifestada no documento chamado “18 Pontos”.
“Logo, não faz senti do que Hermínio dos Santos e sob o beneplácito duma chancelaria ocidental com que se reuniu ainda esta manha (segunda-feira), surja com planos de alterar a ordem e a tranquilidade através de manifestações sem qualquer sentido. Quando discutimos o nosso Estatuto não falamos de incluir milicianos ou supostos “naparamas”. Isso é uma invenção do Hermínio dos Santos e nós nos distanciamos dessas manobras que só podem servir para extorquir esses cidadãos incautos|”, observou um dos participantes ao encontro com o MICO.
Ele acusou a referida chancelaria de querer reeditar um antigo plano de promover uma desestabilizacao política em Moçambique utilizando alas dos combatentes e supostos ex-guerrilheiros da Renamo.
“Mas nós estamos atentos a esses planos, temos toda a informação do encontro que se realizou hoje na referida embaixada, bem como todos os assuntos discutidos. Na devida altura vamos denunciar publicamente para que todos os moçambicanos saibam sobre quem, de facto, está por detrás desse plano de conduzir o país para a desordem”, avisou.
Ainda ontem, a PRM chamou atenção para a ilegalidade que poderão incorrer os “cérebros” de tais ameaças, apelando a calma e para a denúncia de qualquer sinal que possa alterar a ordem na capital do país.