PAUL Biya, no poder há quase 30 anos, foi reeleito Presidente dos Camarões para um sexto mandato com 77.989 por cento dos votos, segundo os resultados proclamados sexta-feira pelo Tribunal Supremo de Yaoundé, noticiou a AFP.
A oposição, que reclama a anulação do escrutínio, tinha anunciado antes que iria rejeitar os resultados eleitorais.
“O candidato Paul Biya é declarado presidente por ter obtido a maioria dos votos expressos”, declarou Dipanda Moelle ao terminar a leitura dos resultados, que começou sexta-feira de manhã e durou mais de oito horas. As eleições decorreram no passado dia dia 9.
Paul Biya era o principal favorito às presidenciais em que participaram outros 22 candidatos. Um total de 7.521.651 eleitores foram chamados a participar na votação, numa só volta e onde a taxa de participação era uma das principais questões.
Com uma taxa oficial de participação de 65,82 por cento, a votação registou a mais baixa afluência dos últimos anos, já que em 1997 obteve 81,35 por cento e em 2004 82,83 por cento.
Na segunda-feira da semana passada, John Fru Ndi, o principal candidato da oposição, e líderes de outros seis partidos assinaram uma declaração, rejeitando antecipadamente “qualquer resultado” que viesse a ser anunciado pelo Conselho Constitucional.
“Caso o Conselho Constitucional se recuse a anular esta farsa eleitoral e persista em proclamar os resultados, apelamos (…) ao povo que se manifeste em massa a favor do seu direito de participar em eleições livres e transparentes”, afirmaram no documento, denunciando “um ambiente eleitoral (…) caótico com inúmeras irregularidades”.
Em Douala (sul), a capital económica dos Camarões, as autoridades proibiram as manifestações, segundo a imprensa local.