CENTENAS de pessoas, maioritariamente membros da ala de desmobilizados de guerra liderada por Hermínio dos Santos, concentraram-se ontem, no complexo de manutenção física Repinga, nas proximidades do Gabinete do Primeiro-Ministro, em Maputo, exigindo o pagamento de uma pensão mensal de 12.000,00 meticais.
A concentração que ocorreu no dia do habitual encontro semanal do Governo, foi atentamente acompanhada por um contingente policial despachado para o local para garantir a ordem e a segurança, segundo afiançou ao “Notícias”o porta-voz da corporação na capital do país, Arnaldo Chefo.
O ajuntamento iniciou as primeiras horas da manha, com os manifestantes exibindo dísticos reivindicativos e entoando canções de protesto e num ambiente ordeiro.
Interpelado pelo nosso jornal, Hermínio dos Santos, explicou que o grupo exige que " o Governo pague uma pensão “condigna” de 12.500 meticais mensais por cada desmobilizado de guerra, bem como o enquadramento dos antigos milicianos. Se o Governo não responder a esta reivindicação, vamo-nos reunir no próximo sábado para decidir como avançar para outras formas de protesto que não excluem uma marcha até ao Gabinete do Primeiro-Ministro”.
Reagindo a reivindicacao, o assessor de imprensa do Ministério dos Combatentes (MICO), Lourenco Tchapo, explicou-nos que “o Ministério dos Combatentes está aberto para dialogar com os desmobilizados de guerra, daí que não há razoes para aquela ala manifestar-se a exigir explicacoes ao Presidente da República e ao Primeiro-Ministro”.
“Tudo o que os desmobilizados queriam no chamado documento dos “18 pontos”está plasmado no Estatuto dos Combatentes recentemente aprovado pelo Parlamento, e repare que a proposta que o grupo liderado por Herminio Morais apresenta é ridícula, se assumirmos que mesmo alguns oficiais que estao no activo não auferem esse valor reivindicado”, referiu.
O protesto ocorrido ontem não contou com a adesão da maioria das 14 associações de desmobilizados de Guerra, as quais se distanciaram do movimento alegando ser extemporâneo, por ocorrer numa altura que o Parlamento aprovou o Estatuto do Combatente, estando neste momento o Governo a ultimar os preparativos para a aprovação do respectivo regulamento. Outrossim, consideraram de descabida e sem qualquer racionalidade a exigência de integração dos antigos milicianos e de supostos “naparamas”.