POUCO mais de duas centenas de desmobilizados de guerra, cuja ala é liderada por Hermínio dos Santos, decidiu ontem suspender a manifestação que vinham observando no recinto do Centro de Manutenção Física Repinga, nas proximidades do Gabinete do Primeiro-Ministro, em Maputo, após um encontro que um grupo representativo manteve com o Ministro dos Combatentes, Mateus Khida.
Apesar de as partes não terem atingido nenhum acordo, uma nova reunião ficou agendada para a próxima quarta-feira.
Essencialmente, aqueles desmobilizados de guerra exigem do Governo o pagamento de uma pensão mensal de 12500.00 meticais extensiva a antigos milicianos e supostos “naparamas”, uma exigência que afirmam ter apresentado através de um ofício dirigido ao Presidente da República em Agosto último.
Na manifestação de ontem, para além de reiterarem a sua reivindicação, apresentaram uma outra exigência, nomeadamente a de serem recebidos pelo Chefe do Estado ou pelo Primeiro-Ministro, alegadamente porque o ministro dos Combatentes não mostrar competência para resolver os seus problemas.
“No encontro da próxima quarta-feira, queremos que o ministro dos Combatentes nos diga quando é que vamos ser recebidos pelo Presidente da República, o único que pode responder às nossas preocupações que apresentamos através de um documento que lhe canalizamos a 15 de Agosto último”, disse Hermínio dos Santos, líder da ala dos desmobilizados manifestantes.
Referiu que caso tal não ocorra, poderão voltar a manifestar-se por um período indeterminado até que as suas exigências sejam satisfeitas.
A manifestação que vinha decorrendo nos últimos dois dias, foi atentamente acompanhada por um contingente policial que foi enviado para o local para garantir a ordem e segurança públicas. Não foi necessária a intervenção das forças policiais visto que os manifestantes fizeram-no de uma forma ordeira e pacífica.
O Governo, através do Ministério dos Combatentes, já fez saber, por diversas ocasiões, estar aberto para dialogar com os desmobilizados de guerra, daí não encontrar razões para aquela ala manifestar-se a exigir explicações ao Presidente da República e ao Primeiro-Ministro. Referiu que tudo o que os desmobilizados querem no chamado documento dos “18 pontos” está plasmado no Estatuto do Combatente recentemente aprovado pela Assembleia da República.
Os protestos ocorridos nos últimos dois dias não contaram com a adesão da maioria das 14 associações de desmobilizados de guerra, as quais desde sempre se distanciaram do movimento, alegando ser extemporâneo por ocorrer numa altura em que o Parlamento aprovou o Estatuto do Combatente, estando, neste momento, o Governo a ultimar os preparativos para a aprovação do respectivo regulamento.