Cinquenta tractores e respectivas alfaias agrícolas vão ser entregues aos camponeses dos dez distritos de Manica, como medida de reforço à capacidade produtiva daquela província, no quadro da “revolução verde” e do Programa de Acção para a Produção de Alimentos.
Com os referidos tractores e usando os meios tradicionalmente disponíveis, a província de Manica prevê um incremento considerável no tocante às áreas e índices de produção, prevendo-se, na presente campanha agrícola, lavrar 861.021,9 hectares e colher o equivalente a dois milhões, 66 mil e 132 toneladas de culturas diversas.
Na safra finda, a província de Manica, produziu um milhão, 802 mil e 752 toneladas de culturas diversas, das 1.522.967.90 toneladas planificadas. Na referida safra, estiveram envolvidas 212 mil famílias.
Devido a esses níveis de produção, aquela província, de acordo com a respectiva governadora, registou um excedente de 286.740 toneladas de cereais, o que permitiu que, até este momento, haja disponibilidade de alimentos nos celeiros dos camponeses, estando assim garantida a segurança alimentar da província.
Para a materialização dos desafios da província, no domínio da agricultura, Manica prevê, entre outras acções, potenciar a extensão agrária para o aumento da produção das chamadas culturas estratégicas, em cuja lista figuram o algodão, caju, trigo, soja e batata-reno.
Para além disso, aquela província prevê atrair mais investimentos sobretudo para a indústria de processamento local de fruta, nomeadamente manga, banana e outras e assegurar o funcionamento da fábrica de processamento de algodão em construção na vila de Guro, distrito do mesmo nome.
No tocante às áreas irrigáveis, Comoane disse que, com esses tractores, a província prevê um incremento considerável em termos dos índices de produção agrícola, que deverão sair dos actuais oito mil hectares para 12 mil, na decorrente safra.
Com este nível de produção, Comoane lembrou ter crescido consideravelmente o volume de exportações, ora situado em 11 milhões e 60 mil e 179 dólares norte-americanos, dos 12.850.800 planificados, o que corresponde a realização do plano em 86.1 porcento e um crescimento de 10.6 porcento relativamente a igual período do ano transacto.
Na componente de comercialização agrícola, até ao terceiro trimestre do ano de 2011, Comoane disse terem sido comercializados 884 mil e 353 toneladas, contra 663 mil e 101 toneladas de culturas diversas de igual período de 2010, o que corresponde a uma realização do plano em 101.5 porcento e a um crescimento de 33.4 porcento.
PR reconhece trabalho da população
Na cerimónia de lançamento da campanha agrícola 2011/12, o Presidente da República, Armando Guebuza, agradeceu o povo moçambicano pelo trabalho árduo que tem vindo a levar a cabo em prol do desenvolvimento do país, afirmando tratar-se de um povo especial e maravilhoso e que não fica à espera que a riqueza apareça para ele, mas sim, vai ao trabalho porque sabe que é deste que pode sair da pobreza.
Para o estadista, a riqueza não se dá, vai-se buscar, pelo que apelou à população a aproveitar os recursos naturais disponíveis, nomeadamente as montanhas, os rios, as pedras e as florestas, legados dos antepassados e que sempre estiveram aqui, subaproveitados, para melhorar as condições da sua vida.
Disse haver exemplos muitos claros do envolvimento da população no processo de desenvolvimento, destacando o facto de o país estar a registar melhorias no domínio da habitação, com a auto-construção de casas melhoradas, com janelas e portas grandes, produto do trabalho.
Guebuza agradeceu e saudou a recepção eufórica que mereceu da população da província de Manica, traduzida pelas danças, canções e sorriso e afirmou serem canções com mensagens de trabalho, encorajamento e reconhecimento do esforço colectivo que o país está a desenvolver com vista ao combate à pobreza.
Disse que os moçambicanos estão a cumprir, com responsabilidade, amor e paixão o compromisso de que Moçambique vai acabar com a fome e a pobreza, através do trabalho.
- Víctor Machirica