Escoamento de carvão em Tete.
Com uma extensão de apenas 500 quilómetros, a navegação do rio Zambeze mostra-se mais viável à linha Moatize-porto de Nacala, dado que a ferrovia deverá ser de 900 quilómetros.
A multinacional Rio Tinto considera que a navegabilidade do rio Zambeze é a melhor alternativa à linha de Sena para o escoamento do carvão mineral de Tete. A posição foi apresentada, ontem, pelo o director executivo da Rio Tinto Coal Mozambique, Eric Finlayson, que falava na sequência da visita que o Presidente Armando Guebuza efectuou à mineira anglo-australiana, na região de Karratha, que dista cerca de 1 300 quilómetros da cidade de Perth, na Austrália Ocidental.
É que, num futuro próximo, estão projectadas duas vias alternativas à linha de Sena. O porto de Nacala - e a respectiva ferrovia Moatize-Nacala - é um dos projectos, com uma linha de cerca de 900 quilómetros. Outra via é a fluvial, através do rio Zambeze, utilizando barcaças até ao porto de Chinde, na Zambézia, as quais poderão levar o produto para navios de grande calado atracados no alto-mar.
Finlayson defende que, em termos operacionais, esta última alternativa aparenta ser a mais viável, pois a sua extensão é de apenas 500 quilómetros.
“Recursos carboníferos de milhares de vários milhões de toneladas estão a ser desenvolvidas pela Rio Tinto, Vale, entre outras. A linha ferroviária de Moatize para Beira é a única infra-estrutura operacional para a exportação de carvão. São necessários investimentos massivos em infra-estruturas para realizar níveis de produção significativos”, explicou Finlayson.
Para os accionistas da Rio Tinto, segundo Finlayson, o sucesso do investimento em Moçambique dependerá da prosperidade da economia moçambicana, no geral.
A Rio Tinto é a terceira maior companhia mineira do mundo, a seguir à australiana “BHP Billiton” e a brasileira “Vale”. Refira-se que o grupo assumiu, este mês, o controlo total da Riversdale, após a aquisição das participações detidas pela empresa indiana Tata, acedendo, assim, às enormes reservas de carvão que a empresa explora em Tete.
Durante a visita, Guebuza testemunhou in loco o processo de descarregamento de comboios, transporte do minério através de tapetes rolantes para o local de armazenamento, entre outras operações. Visitou, igualmente, outras infra-estruturas associadas ao empreendimento.
Na ocasião, o director executivo da Rio Tinto, Doug Ritchie, assegurou ao governo de Moçambique que a sua companhia possui capacidade técnica e financeira para implementar, com sucesso, o projecto de carvão na província central de Tete.
O PAÍS – 01.11.2011