QUATRO supostos criminosos nas mãos das autoridades policiais confessaram ter participado na operação que culminou com o assassinato do antigo director de Auditoria, Investigação e Informação das Alfândegas, Orlando José, a 26 de Abril do ano passado, no bairro do Zimpeto.
Segundo dados a que o “Notícias” teve acesso, os criminosos em causa confessaram o seu envolvimento no crime depois de terem sido detidos quando se preparavam para protagonizar um assalto à mão armada na cidade do Xai-Xai, província de Gaza.
Ao que se sabe, o assalto do Xai-Xai não chegou a ser consumado porque alguém da confiança do grupo de criminosos e que se sentira traído tratou de denunciar o plano às autoridades policiais que, accionando um forte contingente, conseguiu pôr fora de acção os quatro integrantes da quadrilha.
Um deles foi detido na Macia a caminho do Xai-Xai quando se fazia transportar numa carrinha “mini-bus”, tendo os restantes (três) sido detidos na Manhiça, em duas viaturas diferentes quando, também, se dirigiam à capital provincial de Gaza, onde iriam materializar o seu plano.
No entanto, na operação policial da Manhiça houve troca de tiros entre agentes da Polícia e o bando de criminosos, tendo um dos integrantes da quadrilha sido atingido com gravidade numa das pernas. Mesmo assim, o indivíduo conseguiu escapulir-se do cordão policial e esconder-se numa residência daquele município da província do Maputo. Ao fim de dois dias de buscas porta-a-porta na Manhiça, a Polícia conseguiu prendê-lo graças a uma denúncia popular.
No entanto, foi durante o interrogatório que os mesmos terão confessado, entre outros crimes, o assassinato do quadro sénior das Alfândegas. Contudo, não foram revelados detalhes de quem terá sido o autor dos disparos que acabaram com a vida de Orlando José, assim como os presumíveis mandantes do crime hediondo.
Orlando José foi assassinado ao princípio da noite do dia 26 de Abril de 2010, cerca das 19.20 horas, no bairro do Zimpeto, cidade do Maputo, três horas depois de ter surgido na televisão a falar da apreensão de três viaturas de luxo sem que, no entanto, os seus importadores tivessem cumprido as respectivas obrigações fiscais. O crime aconteceu quando a vítima saía da viatura pessoal já na sua zona residencial.
Naquele mesmo dia, o malogrado teria estado por volta das 16.00 horas na Terminal de Carga do Ferroviário com o objectivo de acompanhar a entrada das referidas viaturas, nomeadamente um Ranger Rover, BMW e um Mercedes-Benz, que haviam entrado no país sem pagar o fisco.
Poucos dias antes, Orlando José conduziu uma equipa das Alfândegas que prendeu um jovem estrangeiro na posse de 400 mil dólares norte-americanos. O dinheiro estava embalado e escondido no interior de uma das portas de uma viatura de marca Mitsubish Pajero, na circunstância conduzida por um indivíduo de origem libanesa que supostamente tinha como destino a cidade do Chimoio, Manica.