O MINISTRO da Saúde, Alexandre Manguele, desmentiu ontem, em Maputo, informações postas a circular, via sms, segundo as quais as unidades sanitárias moçambicanas estariam a receber doentes infectados por um tipo de bactéria altamente mortífera, alegadamente detectada na banana proveniente do Kwazulu-Natal, na África do Sul.
Convidado a pronunciar-se sobre o assunto no tradicional briefing após a sessão do Conselho de Ministros, Alexandre Manguele esclareceu que as autoridades moçambicanas não foram notificadas pela África do Sul sobre a presença da “fascitis necrotizante”, nome cientifico da referida bactéria e que teria como proveniência a região sul-africana de Kwazulu-Natal.
Este assunto atingiu níveis preocupantes no seio do público quando, a toda a velocidade, uma mensagem electrónica, de celular em celular, tratou de alertar a população a não consumir banana proveniente do Kwazulu-Natal.
Segundo o Ministro da Saúde, tratando-se duma doença que se pensa ser grave, existe a obrigação de as autoridades sul-africanas comunicarem o facto às entidades de saúde dos outros países vizinhos e, ao mesmo tempo, notificar a Organização Mundial da Saúde da ocorrência. Porém, até ontem este procedimento não tinha sido realizado, o que atesta que a informação pode ser falsa.
Mesmo assim, segundo Manguele, não se deve desprezar o alerta, por isso mesmo os mecanismos de vigilância foram redobrados de forma a prevenir qualquer situação anómala. Por enquanto, conforme garantiu, não há razões para alarme.
“No HCM, onde a vigilância epidemiológica é de primeiro nível, não recebemos nenhum caso, incluindo nas unidades periféricas e das fronteiras”, garantiu.
Contactadas as autoridades de sanidade vegetal moçambicanas estas disseram igualmente que não haviam sido notificadas pela África do Sul sobre este caso. Mesmo assim, decorrem demarches no de se confirmar a veracidade da informação de modo a que sejam tomadas todas as medidas que se julgarem necessárias.
Serafina Mangana, chefe do Departamento de Sanidade Vegetal no Ministério da Agricultura, disse sobre a mesma questão que carecia de mais elementos para sustentar um pronunciamento conclusivo. A mesa posição foi assumida por Domingos Cugala, da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal.
O alerta dá conta que não se deve comer banana nas próximas três semanas, particularmente a proveniente do Kwazulu-Natal, que, alegadamente, está infectada pela “fascitis necrotizante”, que manifesta-se por febres com irritação da pele e que pode levar à morte.
O Departamento sul-africano dos Serviços Públicos e Administração é citado a alertar que a infecção da pele é muito dolorosa e desgasta dois a três centímetros de carne humana por hora, aconselhando a quem estiver longe dos serviços de saúde a queimar a pele 2 a 3 centímetros para adiar a progressão da infecção e permitir que chegue a atempo à unidade hospitalar.