CERCA de 15 assembleias de voto foram ontem incendiadas em Kananga, onde foram roubados boletins e urnas encontradas cheias antes do início das eleições presidenciais e legislativas que ontem começaram na RDCongo, anunciou uma fonte da ONU.
Os incidentes ocorreram em Kananga, feudo do opositor Etienne Tshisekedi, e começaram porque as assembleias de voto não abriam à hora prevista, devido à falta dos boletins de voto e de urnas, mas agravaram-se depois da descoberta de urnas já cheias, acrescentou a mesma fonte.
Um candidato a deputado, citado pela agência noticiosa francesa AFP, afirmou que “cerca de 15” assembleias de voto” foram incendiadas em Kananga.
Pouco antes das 13 horas no Maputo, foram ouvidos tiros de armas automáticas no centro de Lubumbashi, capital da província de Katanga, referiu a AFP.
Os tiros desencadearam um movimento de pânico no bairro de Njanja, onde muita gente começou a correr para se abrigar, indicou a AFP, adiantando que até ao fim da tarde não se sabia a proveniência, nem a razão dos disparos.
Antes da abertura das assembleias de voto, cerca das 03:00 (mesma hora no Maputo), homens armados atacaram uma coluna de oito jipes conduzidos pela Polícia e carregados com material eleitoral em Lubumbashi. A Polícia abriu fogo contra os atacantes, que fugiram apesar de alguns terem ficado feridos, disse fonte policial.
Os congoleses começaram ontem a votar às 06 horas, para eleger o futuro presidente da RDCongo e 500 deputados, depois de uma campanha violenta.
As assembleias de voto abriram primeiro na zona leste, devido à diferença horária neste país do tamanho da Europa Ocidental (67,8 milhões de habitantes). Em Kinshasa e nas regiões ocidentais do país, as assembleias só abriram cerca das 07 horas.
Em todo o país estava prevista a abertura de 64 mil assembleias de voto.
Onze candidatos, incluindo o presidente cessante, Joseph Kabila, lutam pela presidência e quase 19.000 candidatos concorrem para os 500 assentos do Parlamento.
Os resultados provisórios das eleições presidenciais deverão ser anunciados o mais tardar a 6 de Dezembro e os das legislativas a 13 de Janeiro de 2012.
Durante o fim-de-semana, a Polícia lançou gás lacrimogéneo contra contestatários da oposição e vários opositores pediram ao governo para adiar as eleições, alegando maciços problemas logísticos, incluindo o atraso da entrega de material para votar.