MEMBROS da comunidade nacional radicados em Portugal manifestaram prontidão em voltar ao país para dar o seu máximo no desenvolvimento. A disponibilidade foi expressa, domingo passado, em Lisboa, no decurso de uma reunião que o Presidente da República, Armando Guebuza, manteve com aqueles compatriotas.
Na ocasião, alguns intervenientes falaram das dificuldades porque passam, especialmente os estudantes bolseiros que se queixaram de serem exíguos os valores das bolsas, com a agravante de nem sempre chegarem a tempo.
A maioria dos estudantes moçambicanos está a frequentar cursos de licenciatura e mestrados, mas existem outros a doutorar, à semelhança de um concidadão que chegou a Portugal e publicou um livro versando sobre a moçambicanidade, cujo um dos exemplares foi oferecido ao Presidente Guebuza e ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi.
Dentre os que falaram no encontro, importa destacar uma intervenção feita por um único moçambicano que além de se queixar de um alegado mau atendimento prestado à comunidade moçambicana no Consulado em Lisboa, lamentou que em Moçambique não se esteja a observar o que chamou de falta de aplicação da regra de alternância política.
O falante alega que devido a não observância da alternância política, o que acontece é que a Frelimo está no poder desde a independência, facto que no seu entender periga a estabilidade política do país.
Em resposta a estas afirmações, Guebuza disse não conhecer nenhuma lei política cujo conteúdo dita que um partido deve partilhar ou alternar com os outros a governação de um país, vincando que quem tem o poder de determinar quem deve governar é o povo que elege o partido da sua preferência.
“A alternância política não se faz como se de um jogo de ‘ping-pong’ se tratasse, em que a bola está com este e aquele jogador. O povo é quem diz na boca das urnas qual é o partido que o deve governar em função do programa que esse partido apresenta”, explicou Guebuza.
“Não é por vontade dos próprios partidos que se chega ao poder ou que nele se mantém. Essa vontade é do povo e é da vontade do povo que faz com que a Frelimo esteja no poder desde a independência”, vincou Guebuza.
- Gustavo Mavie, da AIM, em Lisboa