* Depois da oração nas mesquitas, alguns crentes muçulmanos preferiram passar as festividades em ambiente familiar, na Beira
A realização de cerimónias religiosas nas mesquitas, marcou ontem o início da passagem do Eid ul-Adha, que será celebrado até próxima quinta-feira. Depois da oração, alguns crentes da religião muçulmana entrevistados pelo “Diário de Moçambique” na Beira, disseram que preferem passar a considerada festa do sacrifício, que também marca o fim de peregrinação a Meca, na companhia dos seus familiares. Ontem, primeiro dia do Eid ul-Adha, depois da oração que teve lugar por volta das 6 horas em quase muitas as mesquitas, houve quem se dirigisse aos matadouros sacrificar carneiros como forma de lembrar o acontecimento. Este acto tem sido tomado como sendo uma condição obrigatória, sendo observado por quem tenha condições para tal, sendo a carne distribuída por familiares, vizinhos e pobres.
O maulana Muhsin Shivani, da Mesquita Central, localizada na baixa da cidade, após a oração dirigiu-se a um dos matadouros na zona da Manga, onde foi efectuar o abate de cabritos. Parte da carne serviu para o seu consumo e a outra para distribuir aos amigos e outras pessoas sem possibilidade.
“Eu disse aos crentes que temos que sacrificar um pouco mais para ajudar às pessoas necessitadas, de tal maneira como Abrão fez a vontade de Deus. Ao fazermos isso, estaremos a edificar a nossa fé”, aconselhou Shivani.
Nauchad Side, também crente da mesma região, que reza na Mesquita Central, referiu que depois da missa preferiu ir ao cemitério para depositar as flores na campa dos defuntos. “Depois do cemitério, vou a um matadouro para abater pelo menos um cabrito tal como se recomenda na festa do sacrifício”, explicou. Side disse também que prefere juntar-se à sua família para comemorar o Eid ul-Adha.
Para Abrahaman Agi Issaca, da Mesquita Fátima, o Eid ul-Adha está a iniciar sem grandes sobressaltos, esperando que termine da mesma maneira. “Passarei o Eid ul-Adha em família. Não tenho animal para sacrificar e partilhar com os demais irmãos. Acredito que Deus entende que quando não se tem nada não se pode dar ao seu próximo. Mas estou solidário comigo mesmo e com os outros”, afirmou Issaca.
“Já assisti a missa e agora vou para casa conviver com a minha família. Depois encontrarei outros amigos com quem posso conversar, reflectindo sempre sobre o Eid ul-Adha, que é o momento em que somos chamados para uma maior solidariedade de uns para com os outros”, precisou Issaca.
O Eid ul-Adha acontece no décimo dia do último mês do calendário islâmico, sendo que o culto é celebrado em memória da disposição do profeta Abrão, de aceitar sacrificar o seu filho Ismail, conforme a vontade de Deus. Durante quatro dias das comemorações do Eid Ul-Adha, os crentes podem visitar amigos, familiares, para além de trocar presente.
DIÁRIO DE MOÇAMBIQUE - 28.11.2011