Mais duas barragens hidroeléctricas para a produção de energia eléctrica serão erguidas ao longo do rio Zambeze na localidade de Boroma, no distrito de Changara, e em Lupata a 24 quilómetros a noroeste e a 84 quilómetros a sudeste da cidade de Tete, respectivamente.
A construção de cada uma destas barragens, segundo o documento do Impacto, Projectos e Estudos Ambientais, irá ter uma duração de cerca de cinco anos e a energia será distribuída dentro do território nacional, onde serão construídas linhas de transmissão a partir das barragens até a subestação de Matambo. Prevê-se que na barragem de Boroma seja instalada uma central com uma capacidade de 210 MW, enquanto a central de Lupata terá uma capacidade instalada de 600MW.
A nossa fonte indicou que neste momento está em curso o processo de avaliação de impacto ambiental para estes projectos, cujos estudos iniciaram em Julho último. Este projecto foi classificado como de categoria “A” que é dada aos projectos mais complexos que necessitam de estudos ambientais muito detalhados.
“Os estudos ambientais serão realizados em várias fases. Neste momento estamos na fase de estudos preliminares, chamada fase do Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA). Será preparado um relatório de EPDA para a barragem de Boroma e outro para a barragem de Lupata. Os resultados serão enviados para o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) para aprovação” - disse a nossa fonte.
Acrescentou que estes empreendimentos vão trazer benefícios directos à população porque grande parte dos trabalhadores serão das zonas do projecto. Muitas destas pessoas serão submetidas a treinos para serem capazes de fazer o seu trabalho. Haverá igualmente outra mão-de-obra constituída por elementos que serão recrutadas de fora, para tarefas que os locais não tenham a formação necessária para a sua realização.
“Um outro possível impacto positivo é a melhoria das vias de acesso, na fase de construção das infra-estruturas dos projectos e, possivelmente, também quando as barragens já estiverem em funcionamento. A rede escolar e de saúde também poderão melhorar, para dar resposta as necessidades do grande número de pessoas que se irão concentrar na área” - disse a fonte do IMPACTO.
Durante as obras de construção serão tomados os cuidados necessários para evitar a poluição das águas do rio, que são usadas pela população local para vários fins. Logo depois da formação da albufeira, os restos de plantas que tiveram ficado debaixo da água começarão a apodrecer e isso poderá afectar a qualidade da água e para reduzir esse problema, as plantas grandes que existam na área onde se vai formar a albufeira deverão ser cortadas e o local deverá ser limpo, retirando os ramos grandes e os troncos cortados.
As regiões de Boroma e de Lupata, situam-se em zonas com risco sísmico baixo e serão construídas de forma a não funcionarem com barragens de armazenamento, ou seja, de forma a descarregarem continuamente a água recebida das zonas que se encontram a montante.
- Bernardo Carlos