A CONSTRUÇẴO da linha de transporte de energia eléctrica entre Tete e Maputo arranca em 2014 e o projecto encontra-se actualmente na fase crucial de preparação. O lançamento do empreendimento, cuja primeira fase é avaliada em 1,8 mil milhões de dólares norte-americanos, teve lugar ontem, na capital do país, num acto presidido pelo Chefe do Estado, Armando Guebuza.
O projecto é considerado a espinha dorsal de transporte de energia no país e na região, devendo ser liderado pela Electricidade de Moçambique, empresa que em princípio será accionista maioritária.
A empreitada consistirá na construção de duas linhas de transporte, sendo uma de corrente alternada em alta tensão, a ser operada a 400kV e outra de corrente contínua de 500kV.
Está projectada a construção de cinco novas subestações ao longo do trajecto da linha (1300 quilómetros), nomeadamente em Cataxa, Inchope, Vilankulo, Chibuto e Moamba, com o propósito de beneficiar projectos de investimentos e comunidades daquelas áreas.
De acordo com o calendário, os acordos de utilização do sistema serão assinados no último trimestre do próximo ano, enquanto o fecho financeiro irá ocorrer em 2013, ou seja, um ano após o arranque das obras que devem ir até 2017, altura do início das operações comerciais.
Caso haja necessidade, passar-se-á para a segunda fase que consistirá na duplicação da capacidade instalada, o que, a concretizar-se, custará cerca de mil milhões de dólares norte-americanos.
Intervindo na ocasião, o Presidente Armando Guebuza referiu que o desenvolvimento e a disponibilidade de infra-estruturas eléctricas suficientes, integradas e eficientes servem de suporte e de base de sustentação para a industrialização de Moçambique e da região da África Austral.
Para o Chefe do Estado, a importância da “espinha dorsal” reside no facto de que Moçambique e África Austral passarão a dispor de uma infra-estrutura vital para o escoamento rápido, fiável e seguro de electricidade para os principais pontos de consumo.
A interligação do centro norte e sul criará condições para a viabilização de novos projectos de geração de energia, aproveitando o potencial estimado em 12,500mW.
O Presidente disse esperar que o sector eléctrico venha a registar um crescimento significativo nos próximos anos, impulsionado pela linha centro-sul, por um lado e, por outro, pelo vasto e diversificado potencial energético de recursos naturais não explorado, incluindo gás e carvão mineral.
Por seu turno, a embaixadora da Noruega, Tove Bruvic Westberg, cujo país está a financiar os estudos do projecto, congratulou o facto de Moçambique enveredar pela promoção de fontes de limpas de energia.
Enquanto isso, Cristian Danziano, embaixador da França, que interveio em representação dos parceiros, referiu-se à energia como motor para qualquer processo de combate contra a pobreza. É por isso que, nas suas palavras, muitas empresas estão interessadas em participar no projecto de construção da hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa.