Sr. Director.
Endereçamos-lhe em primeiro lugar os nossos sinceros agradecimentos por ter aceite publicar esta carta através da qual viemos expor o seguinte:
Os operadores do Porto de Maputo, na área de transporte de mercadorias (carga contentorizada), a partir da chamada DP Word (ex-Mips), dirigem-se por esta via a quem de direito, nomeadamente Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), Instituto Nacional de Viação (INAV) e Ministério do Trabalho (MITRAB) para denunciar os excessos, prepotência e abuso do poder que estão a ser praticados contra os moçambicanos (donos da terra) por um tal senhor Geofre (por sinal estrangeiro) do chamado Departamento de Segurança do Porto.
E para melhor entendimento do aqui viemos expor vamos por pontos:
Entre as exigências que se impõem para a concessão do livre trânsito para que os camiões dos transportadores possam operar dentro do Porto, consta a ficha de inspecção para avaliar o estado técnico da viatura, o que é, regra geral, respeitado pelos transportadores. Só que há no Porto um senhor que conhecemo-lo único nome de Geofre que não reconhece a ficha de inspecção passada por entidade competente, como é o caso do INAV, desautorizando esta instituição nacional, pois na sua óptica, viaturas com cinco ou 10 anos não deviam circular ali ou por outras palavras não quer ver viaturas velhas no Porto, mesmo que estejam em boas condições técnicas confirmadas superiormente pela inspecção do INAV.
Não passa muito tempo que no Parque local de estacionamento, vulgarmente conhecido por “Porta 6” o referido individuo envolveu-se em escaramuças com alguns operadores, o que obrigou a intervenção de uma força policial da PRM a recorrer ao uso de armas de fogo para protegê-lo, depois de ter chumbado quase todas as viaturas por ele inspeccionadas (parte das quais até ostentavam a ficha de inspecção do INAV). Depois deste triste acontecimento não mais voltou a pôr os pés na “Porta 6”.
Ademais, não fala português, o que à partida dificulta qualquer possibilidade de uma comunicação perfeita com os utilizadores ou donos das viaturas. O que se assiste infelizmente e para o orgulho ferido dos nacionais é vê-lo a desatar a insultos de toda a ordem quando depara com algum problema técnico na viatura, fazendo-nos recuar ao passado recente em que os moçambicanos, donos desta terra, eram chamados “pretos ordinários”. Não há sequer tempo para um diálogo salutar visando a solução dos problemas, senão o recurso ao impropério, arrogância e abuso do poder.
Será que depois destes anos todos a formarmos quadros alguns dos quais andam hoje sem emprego, um moçambicano não poderia tão bem desempenhar o mesmo cargo? É aqui onde julgamos que o Ministério do Trabalho devia ir ver o que está acontecer em relação a isto e tomar as mediadas apropriadas.
Não nos compete aqui pôr em causa a imagem de quem quer que seja. Mas não resistimos a mencionar que sobre este indivíduo há muito que se diga. Terá sido igualmente problemático em outras instituições nacionais por onde passou, exercendo as mesmas funções que assume hoje no Porto, acabando por ser dispensado.
Para que possam testemunhar a autenticidade desta nossa denúncia e inquietação pelos abusos que vivemos com este individuo, pedimos aqui e agora às instituições moçambicanas tutelares do sector e do problema apresentado para que se desloquem a zona da chamada “ Porta 6” para “in loco” viverem o que aqui relatamos.
- Alberto Terreno e Borges Mabasso