APARENTEMENTE POR LEVAREM A SÉRIO TIRADAS DE AFONSO DHLAKAMA
Cinco supostos membros da RENAMO estão detidos desde finais da semana passada em Manica, Centro de Moçambique, alegadamente por apelarem à população local a se rebelar contra o regime de inspiração marxista-leninista da FRELIMO instalado em Moçambique desde Junho de 1975.
Presumivelmente, os cinco homens terão caído na ingenuidade de levar a sério as tiradas do líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, segundo as quais ainda esta semana irá desencadear uma “revolução” à escala nacional, para derrubar o Governo da FRELIMO, hoje presidido por Armando Guebuza.
Francisco Almeida, comandante provincial da Polícia de Manica, disse que o grupo foi detido quando apelava, em reuniões populares, para que a população se escondesse nas matas, por estar prestes a desencadear-se uma “guerra civil” para derrubar o Governo da FRELIMO.
“A Polícia desencoraja a população a aderir ao projecto (do retorno à guerra), sob o risco de se ver privada de liberdade, como estão estes cinco indivíduos nos distritos de Sussundenga (três) e Tambara (dois) que incitavam à violência”, explicou Francisco Almeida.
Dhlakama orientou, entre quarta-feira e sexta-feira, na Beira, uma reunião envolvendo delegados das províncias de Tete, Manica e Sofala, para debater estratégias de manifestação à escala nacional para este ano e o quinteto terá agido na base dos conteúdos tratados no aludido encontro.
Terminada a reunião da Beira, o líder da RENAMO não mencionou datas nem locais do início da “revolução”, mas insiste que a mesma será desencadeada “antes do Natal” e que os detalhes sobre a mesma serão anunciados o mais tardar na quinta-feira, em conferência de imprensa a conceder nos seus actuais aposentos, em Nampula, Norte de Moçambique.
Depois da Beira, Dhlakama disse que ia promover idêntica reunião em Quelimane, capital da província (também central) da Zambézia.
É recorrente o líder da RENAMO empurrar os seus seguidores a iniciativas arriscadas e, não raras vezes, muitos deles morrem às mãos das autoridades moçambicanas ou são encarcerados em condições desumanas enquanto ele assiste de longe e ileso a todo o drama.
CORREIO DA MANHÃ – 20.12.2011