Crise financeira internacional.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou sobre os possíveis contágios da crise portuguesa às economias moçambicana e angolana. Nos relatórios publicados, recentemente, sobre Angola e Moçambique, Portugal é referido como um factor de risco, tanto pelas relações entre os sistemas bancários, como pela quebra dos fluxos de investimento.
Para Portugal, Angola e Moçambique são apresentados como dois mercados de refúgio à recessão interna. Já para os dois países africanos, Portugal é um risco.
Os riscos em Moçambique
Em Moçambique, pelo menos quatro bancos são participados por instituições financeiras lusas.
São os casos de Millennium bim (o maior banco comercial em Moçambique), participado maioritariamente pelo Banco Comercial de Portugal (BCP); Banco Comercial e de Investimentos - BCI (detido em cerca de 80% pela Caixa Geral de Depósito e pelo Banco Português de Investimentos); Moza Banco (participado pelo Banco Espírito Santo; e Banco Único (que conta com uma participação maioritária do Grupo Amorim). A economia portuguesa está presente no tecido empresarial moçambicano, desde os sectores da construção, tecnologias de informação e comunicação, imobiliário aos sectores de hotelaria e turismo, energia, entre outros. Dados do Centro de Promoção de Investimentos (CPI), referentes ao primeiro semestre de 2011, colocam Portugal na segunda posição no “ranking” do investimento estrangeiro em Moçambique, após ter terminado todo o ano passado na primeira posição, o que revela um abrandamento das intenções de investimento luso em Moçambique.
O PAÍS – 20.12.2011