Com “medo de Dhlakama”
O ministro do Interior, adjunto de comissário da Polícia, general Alberto Mondlane, “anda com medo de Afonso Dhlakama”.
Por isso, passou a festa do Natal na companhia de outros oficiais superiores da Polícia da República de Moçambique (PRM), na Escola de Formação Básica de Matalane, em prontidão combativa pensando que o líder da Renamo pudesse vir a tomar o poder à força. A liderança da Polícia considera Dhlakama um homem que estaria a preparar-se para fazer um golpe de Estado e que caso haja agitação deve ser abatido.
De sexta-feira a domingo, mobilizou-se comidas e bebidas para Matalane, para a logística dos agentes policiais que reclamam não terem passado as festas com os familiares.
Entretanto, metade dos agentes que encerraram o curso de Formação Básica da Polícia na semana passada, em Matalane, permaneceu aquartelado naquela unidade policial e assim ficará até ao final da quadra festiva.
Uma fonte da Polícia disse que os homens que semana passada encerraram o curso básico não foram retirados do centro, ou seja, permanecem naquela unidade, havendo apenas indicação de que 50 foram levados para a província de Manica.
Para além dos homens enviados a Nampula, existem informações de que outros agentes da FIR em número considerável se encontram em prontidão combativa na Escola de Formação Básica de Matalane, na província de Maputo, e outros estariam a ser distribuídos pelas províncias “turbulentas”.
“Não conseguimos passar o Natal com a família. Nossos colegas foram expedidos para Nampula com claras ordens para abater o presidente da Renamo em caso de qualquer agitação”, disse ao Canalmoz uma fonte sénior da PRM falando na condição da anonimato.
O Ministério do Interior ameaça processar os agentes que desobedeceram às ordens: passar as festas aquartelados em prontidão combativa, revelou-nos ainda a fonte sénior da PRM.
O comandante-geral da PRM, Jorge Khalau, diz que o aquartelamento dos agentes visa garantir a ordem e segurança públicas, na quadra festiva, e não é por medo de Afonso Dhlakama. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 29.12.2011