Mas antes, o copo de água – de caça às bruxas – transbordaria com o regresso do Reverendo Uria Simango a Moçambique. Machel e dos Santos aperceberam-se de que o assunto não era para menos, pois acabava de desembarcar na terra natal o seu histórico adversário. Era preciso agir rapidamente, encetando diligências junto as novas autoridades portuguesas no sentido destas colaborarem com o futuro regime de Moçambique. Simango era um adversário à medida, com capacidades de desmistificar o messias que se aguardava de Dar es-Salam.
Com efeito, o Reverendo regressou a Moçambique a 6 de Julho de 1974. No então Aeroporto Sacadura Cabral na cidade Beira, foi efusivamente recebido por uma numerosa multidão dentre os quais políticos, familiares, amigos e um “batalhão” de Jornalistas. Segundo revelaria mais tarde Ricardo Mapossa, na hora em que Simango pisava o solo pátrio, decorria, no Campo da Missão Benedito no Bairro da Manga, um comício promovido por alguns simpatizantes da Frelimo. Na circunstância, um dos oradores principais no evento dizia:
“Sabemos que hoje chega Uria Simango, o reaccionário. Não liguem importância ao que ele falar. Tudo o que esse homem disser que seja do consumo dele e da sua família lá no quarto deles.
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