CAÇADORES furtivos idos de vários pontos do país, sobretudo da região centro e de países vizinhos, estão a multiplicar-se na Reserva de Marromeu, distrito do mesmo nome, em Sofala, perigando, por isso, a fauna ali existente, particularmente a população de búfalos.
Dos 12 casos reportados de Janeiro a Novembro, o mais recente e tido como bastante preocupante é o da apreensão de 16 elementos entre os quais alguns zimbabweanos que foram flagrados no interior daquela reserva em plena actividade de caça furtiva. Na altura já tinham abatido um búfalo.
O comandante distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM), Pedro Manteiga, disse a-propósito que neste momento estão a ser desenvolvidas acções visando estancar a situação, embora não tenha avançado as estratégias para o efeito.
Manteiga explicou que nos casos em que os furtivos são surpreendidos com a carne para além da sua apreensão os infractores são encaminhados à Justiça para responderem pelos seus actos, incluindo junto das próprias entidades responsáveis, neste caso a Agricultura e Turismo.
‘’Para as situações consideradas graves como no caso dos surpreendidos recentemente, a Polícia abre processo-crime para o efeito de modo a que os implicados sejam também responsabilizados criminalmente’’- disse o comandante distrital da PRM em Marromeu.
Debruçando-se sobre o recente caso dos cidadãos surpreendidos no interior da reserva, a fonte explicou que na altura da apreensão para além de três viaturas também foi aprisionada uma arma de caça, cuja marca e calibre não foram revelados.
Entretanto, depois de cerca de quatro meses parqueadas no Comando Distrital da PRM aguardando pela tramitação do processo e consequente pagamento de multas pela infracção, as três viaturas foram entregues aos seus proprietários em resposta ao pedido endereçado para o efeito pelo director provincial de Turismo de Sofala.
‘’Este caso de furtivos na Reserva de Marromeu consideramo-lo como o mais grave de todos os que tomamos ocorrência ao longo do ano em curso, pelo menos até este momento’’- esclareceu Manteiga.
Instado se, para efeito terão sido cumpridas as formalidades sobretudo o pagamento das respectivas multas, aquele oficial da Polícia respondeu positivamente reafirmando que para além da referida carta emitida pela director provincial de Turismo, os implicados vão, certamente, responder pelos seus actos.
No entanto, informações apuradas pela nossa Reportagem no local indicam que o ‘’caso’’ em referência não mereceu o tratamento devido, ou seja, os furtivos recuperaram os seus meios sem que no entanto tivessem que pagar um único tostão segundo a Lei e o Regulamento da Fauna Bravia, que diz que o infractor não pode reaver os seus meios e equipamentos usados antes de pagar a multa e caso não pague estes revertem a favor do Estado o que não foi o caso.
‘’Não pagaram nada, só levaram os carros de volta’’- explicou-nos um dos munícipes daquela autarquia inteirado na matéria.
- António Janeiro