Como é sabido, em Moçambique não existia qualquer tipo de Segurança Social em benefício e protecção dos trabalhadores da actividade privada, excluídas algumas companhias estrangeiras que tinham seguros para os empregados. Esta situação, que se estendia a todas as Provindas Ultramarinas, forçava esses trabalhadores a fazerem economias durante toda a vida de trabalho: era o andar comprado com empréstimo a X anos, acções de Companhias locais, depósitos a prazo, heranças de anteriores gerações etc. etc.
Com a "descolonização" tais bens não foram defendidos e, 37 anos decorridos, os espoliados, ou os respectivos herdeiros, continuam a desesperar de tanto esperar. Com base em uma amostra de 5363 processos de reclamação de bens deixados em Moçambique, foram apuradas, por pessoa, as seguintes quantias totais: menos de 499 contos, 30,8% das reclamações; de 500 a 999 contos, 23,5%; de 1000 a 2999 contos, 23r 1%; acima de 3000 contos e distribuídos por 6 escalões, registados 17,5%das reclamação.
CONCLUSÃO QUE DEFENDEMOS:
- 82,4% dos BENS espoliados são as economias de trabalhadores que procuravam assegurar uma velhice com segurança. Esta estatística, em pormenor, poderá ser analisada no item 63, do site www.espoliadosultramar.com
Ficamos aguardando os seus comentários.
Ângelo Carvalho Oliveira Soares
NOTA:
Os bens deixados no ex-Ultramar, são, como quaisquer outros, herança para os descendentes dos titulares.