O PERDÃO da dívida contraída pelo sector privado na província da Zambézia e não só, pode abrir espaços para novos investimentos em diferentes áreas da economia e criar emprego para os cidadãos nacionais no mercado de trabalho.
Esta tese foi defendida há dias em Quelimane, pelo académico Firmino Mucavele durante os trabalhos da III Conferência de Investidores da Zambézia, que reuniu Governo, sector privado nacional e estrangeiro, académicos e representantes da sociedade civil, totalizando mais de 150 participantes.
Firmino Mucavele disse que se o Governo pretende desenvolver a província e o país tem que arriscar, perdoando a dívida daqueles empresários que contraíram fundos públicos e não só. Aquele académico disse que o país tem sido perdoado pelos parceiros de cooperação ou instituições financeiras mundiais e parte desses recursos são aplicados em programas de desenvolvimento socioeconómico, por isso seria bom que o Governo repensasse na dívida do empresariado nacional.
Mucavele acrescentou que neste contexto será necessário fazer o levantamento das grandes e pequenas empresas de forma a criar um banco de dados sobre a situação financeira de cada uma delas. “Esta seria uma forma de recuperar os empresários falidos”, disse Firmino Mucavele perante a insistência dos empresários de que sem a recapitalização não seria tão fácil fazer um plano mais arrojado de investimento e criação de empregos.
Entretanto, Mucavele aconselhou aos empresários para apostarem nas pequenas e médias empresas, com vista a saírem da letargia financeira. O orador sublinhou a necessidade de se fazer incubadoras de empresas de jovens, visto que estes têm a possibilidade de modernizar a agricultura. O nosso entrevistado entende que são os jovens que vão ser parceiros dos investidores internacionais e por conta disso poderão contribuir rapidamente para a transferência de tecnologias para os zambezianos.
Aquele académico reconheceu que Zambézia é rica em termos de solos, agro-pecuária, recursos minerais só que a pobreza é de tal maneira que ainda não se faz sentir essa riqueza.
- JOCAS ACHAR