Não há tempo na cidade de Pemba. Há que fazer o que é possível rapidamente, antes que os buracos nas estradas se desenvolvam e se multipliquem por outras artérias e o lixo, tal como estava a acontecer até há uma semana, feche alguns acessos, incluindo avenidas. Tudo está a ser mexido concomitantemente.
Na verdade, o comportamento dos homens mandatados pelo Executivo de Tagir Ássimo Carimo, é de quem quer apagar um incêndio que já deflagrou, e todos os meios são necessários na tentativa de o debelar.
As poucas máquinas de remoção de lixo estão posicionadas nas principais avenidas, principalmente na marginal norte, onde o lixo havia afunilado as faixas de rodagem, num trabalho frenético sem horário, porque, segundo sustentam os directamente envolvidos, a chuva que já começou a cair pode estragar tudo.
Os esforços para que do lixo não traga, como é lógico, a cólera, levam a que os trabalhadores dos Serviços de Salubridade, logo cedo se posicionem nos vários montões de lixo existentes, sobretudo pelos bairros suburbanos de Natite, Cariacó e Ingonane, na tentativa de os diminuir o mais rápido possível, antes que a epidemia se instale na cidade de Pemba.
Ao mesmo tempo, as estradas esburacadas já estão a ser atacadas pelo Conselho Municipal, que traz um legado de há dois mandatos de uma ponte que nunca fica reparada, na zona do “Pemba Beach Hotel”.
Resultado da destruição das defesas que existiam, a montante, pela ocupação humana, do que nasceu o sub-bairro de Noviane (Josina Machel), a ponte, de cada vez que é reabilitada torna o riacho, a pouco e pouco, ainda mais largo e deixa-se entupir com todo o tipo de decomposições que se sedimentam mesmo à boca, fazendo com que as águas galguem a plataforma.
Há cerca de três meses que a ponte está a beneficiar da quarta reabilitação em menos de cinco anos, razão porque a estrada que leva à praia do Wimbe, partindo da cidade, ficou interrompida durante todo este período, sendo que o recurso era o regresso ao bairro do Aeroporto para depois ir descendo pela Avenida General Alberto Chipande.
A reabertura aconteceu na véspera da quadra festiva passada, conforme prometera o empreiteiro. Todavia, os transeuntes surpreenderam-se com uma obra inconclusiva, que nas primeiras chuvas denunciaram as fraquezas da empreitada.
De novo a ponte está a ser construída, desta feita com claras indicações de que a obra precisa de uma grande engenharia e, provavelmente, não seja definitiva, se bem que a ocupação, a montante, em vez de parar, está a incrementar-se.
Na cidade, os buracos estão a ser tapados nos troços críticos, havendo neste momento estradas temporariamente interrompidas, para viabilizar as obras, que agora estão centradas na Rua 1º de Maio (vulgo Rua XII).
- PEDRO NACUO