EM 1989, um alemão de nome Rolf Pillekat, visitou a cidade de Pemba, quando ainda desempenhava as funções de secretário provincial do Partido Social-democrata (SPD) na cidade de Erfurt, no seu país. Encantou-se com a capital provincial de Cabo Delgado que acabou se fazendo unir a ela, agora, para além de amigos, construindo uma escola e outros apetrechos físicos, para as crianças do bairro periférico de Muxara, à entrada da terceira maior baía do mundo.
Gabriel Joel Muleia, um cidadão residente há muito tempo em Cabo Delgado, que já dirigiu a agricultura, nas zonas verdes da cintura da cidade de Pemba, também director distrital do ramo e hoje com muitos afazeres, sobretudo na sua área preferida, (também se apresenta como um agricultor e criador de gado a não menosprezar), é quem teve a sorte de privar com Rolf Pillekat.
“Acordámos em manter contactos, trocando correspondências, que consolidou a nossa amizade e escolhemos realizar algo em apoio ao desenvolvimento do município, através de seus fundos pessoais e outros que lhe têm sido oferecidos em cada festa do seu aniversário”, explica Gabriel Muleia.
O primeiro alvo escolhido foi a escola primária de Muxara que, na altura da visita do amigo de Muleia, tinha apenas duas salas de aula, construídas na base de paus e bambu e sem carteiras.
Em 1996, Gabriel Muleia, já como representante do seu amigo, recebe o primeiro fundo, que foi utilizado para a compra de bicicletas para professores e transformação das salas de pau-a-pique em alvenaria.
Até 2006 já tinham sido feitas quatro salas de aula de alvenaria, duas latrinas, um escritório, 54 carteiras duplas e adquirido mobiliário para escritório. A partir de Maio de 2009 já decorriam trabalhos de construção de mais uma sala de aula e uma alfaiataria.
Na verdade, a ideia de Rolf transformou-se num conjunto de actividades de apoio ao desenvolvimento da cidade de Pemba, em particular da escola primária de Muxara que, desde o ano de 1996, vem desenhando pequenos projectos.
Hoje, o balanço passa por dizer que, para além da construção de cinco salas de aula, um compartimento para escritório, duma alfaiataria equipada, electrificação, aquisição de carteiras, também já realizou cursos que resultaram na graduação de 13 alunos. No fim do ano, a escola recebeu um computador completo e respectiva impressora.
Em Outubro do ano passado, Rolf Pillekat esteve em Pemba, acompanhado por uma comitiva e visitou a escola. Conversou com a sua direcção sobre a continuidade do apoio, tendo esta apresentado as necessidades imediatas, tais como, o aumento do número de salas de aula para responder ao crescimento contínuo do número de alunos, a canalização de água potável, aumento das máquinas de costura e construção de um muro de vedação.
Pillekat foi, igualmente, recebido pelas autoridades da cidade de Pemba, bem assim, na sua qualidade de antigo dirigente do Partido Social-democrata da Alemanha, privou com dirigentes do partido Frelimo, a nível provincial.
No dia 1 de Novembro do ano passado, Rolf Pillekat encontrou-se com o cônsul honorário para Moçambique, Sigfred Lingel e, juntos, foram visitar a escola, tendo este ficado impressionado e recomendou a inventariação das três necessidades urgentes, incluindo a aquisição de uma fotocopiadora e a instalação de um jardim escolar.
A Escola Primária Completa de Muxara é sede da respectiva Zona de Influência Pedagógica (ZIP), que comporta, para além desta, as de Mahate e Carlos Lwanga. Ela, segundo o seu director, Luís Manuel, matriculou para o presente ano lectivo um total de 1026 alunos de ambas classes.
Luís Manuel diz que o projecto de Rolf parecia uma simples iniciativa quando arrancou. “Era simples coisa e agora cresceu”, disse.
Escola de Muxara quer ensinar alemão
A Escola Primária Completa de Muxara, na cidade de Pemba, projecta o ensino da língua alemã, ainda este ano, se as autoridades da Educação ao nível competente o permitirem.
O director daquela escola, Luís Manuel, disse que tal surge em resultado do facto de aquele estabelecimento de ensino ter um patrono, Rolf Pillekat, de nacionalidade alemã, que a apoia desde 1996, a quem pretende homenagear.
Luís Manuel disse, entretanto, que as aulas da língua alemã serão leccionadas aos voluntários e serão extra-curriculares, não tendo o peso pedagógico como as disciplinas que constam do currículo educacional, em Moçambique, para as escolas daquele nível.
- PEDRO NACUO