• Descobertos mais três depósitos no distrito de Chiúre
Uma empresa multinacional alemã, Grafite Kropfmuehl, que opera no Zimbabwe, China e na própria Alemanha, foi seleccionada, através de um concurso público, para explorar grafite de Ancuabe, em Cabo Delgado, tendo sido constituída, para o efeito, a empresa Grafite Kropfmuehl de Moçambique, Lda.
A fim de reiniciar a produção de grafite em Ancuabe, a Grafite Kropfmuehl de Moçambique decidiu remover todo o equipamento da mina usado pelo anterior operador e instalar um novo em processo de mobilização.
O director provincial dos Recursos Minerais e Energia, Ramiro Nguiraze, anunciou que em resultado de um projecto de prospecção e pesquisa de grafite, a Grafite Kropfmuehl de Moçambique acaba de descobrir na área do posto administrativo de Mazeze, distrito vizinho de Chiúre, três depósitos daquele mineral, cujas amostras foram enviadas a Chima, África do Sul e Japão para efeitos de testes laboratoriais.
A grafite de Ancuabe foi explorada de 1992 a 1999, altura que ficou paralisada, devido aos alegados custos operacionais decorrentes do consumo de energia eléctrica à base de geradores da própria empresa, um cenário que mudou completamente há dois anos com a chegada à mina de energia eléctrica da rede nacional.
PROCURA-SE EXPLORADOR DE MÁRMORE DE MONTEPUEZ
O Governo moçambicano lançou já um concurso público visando seleccionar a companhia para explorar a mina e fábrica de Mármores de Montepuez, na província de Cabo Delgado, no final de visitas de vários investidores interessados nesse empreendimento económico.
O concurso, lançado pelo Ministério dos Recursos Minerais, resultará na escolha da firma que apresentar a melhor proposta para o desenvolvimento do jazigo de mármores localizado no distrito de Montepuez, incluindo o desenvolvimento de infra-estruturas associadas ao projecto integrado de mármore iniciado 1990 com apoio financeiro e técnico do governo italiano.
As propostas de pré-qualificação deverão ser apresentadas até ao dia 1 de Fevereiro próximo e os concorrentes qualificados deverão apresentar as suas propostas finais até ao dia 29 de Junho do ano em curso.
A fábrica de processamento de mármores em Pemba, mais conhecida por Marmonte, foi inaugurada em Julho de 1993, no quadro da implementação do projecto integrado de mármores de Montepuez, cuja gestão esteve a cargo da empresta italiana, a TECNOSTONE, e que mais tarde as operações mineiras e de corte e lapidação foram entregues ao Grupo Visabeira.
Por razões desconhecidas pelo director provincial dos Recursos Minerais e Energia em Cabo Delgado, Ramiro Nguiraze, o Grupo Visabeira fechou as portas das Minhas de Mármores em Montepuez e da fábrica Marmonte, em Pemba, e consequentemente a licença de exploração desse recurso mineral foi cancelada pelo Ministério dos Recursos Minerais.
“ Eu não posso precisar as verdadeiras causas da paralisação da Marmonte. Acho que podem ser razões económicas, que podem estar ligadas à paralisação das minas e fábrica de processamento de mármores de Montepuez. Sei que desde que o Grupo Visabeira assumiu a gestão da Marmonte, o equipamento fabril nunca foi substituído. Esse equipamento é antigo e, nos últimos anos, apresentava avarias constantes. Quanto ao mercado do produto final, pelo menos o interno está assegurado. Há muita procura de mármores na cidade de Pemba e na província de Cabo Delgado e noutras províncias do país” – disse o director Ramiro Nguiraze, numa entrevista que concedeu ao nosso Jornal.
Para garantir a segurança do equipamento fabril e das infra-estruturas, um grupo de trabalhadores vem tomando conta do recado desde que a Marmonte fechou as portas há cerca de três anos, acrescentou o director dos recursos minerais e energia em Cabo Delgado.
DIÁRIO DE Moçambique – 31.01.2012