Quem o diz é Albie Sachs, ex-activista do ANC.
O antigo activista do ANC contra o regime racista do apartheid, Albie Sachs, diz que os Estados africanos pagaram caro pela sua recusa de comercializar com a África do Sul racista ou de servir como refúgio aos então guerrilheiros do ANC.
O ano de 1960 marcou para o ANC, partido no poder na África do Sul, o início do exílio.
O partido continuara interdito até 1990 e, durante todo esse período, a Zâmbia, Angola, Moçambique, Namíbia e Zimbabwe figuravam, em graus diversos, como os martirizados das incursões do exército sul-africanos ou submetidos a atentados cometidos pelo regime do apartheid, da minoria branca para desestabilizar o ANC.
“Os sul-africanos, geralmente, não sabem nada do preço pago por Moçambique. Não falo somente da sabotagem económica e da morte do seu presidente”, disse à “AFP”, citado pela RM, o antigo juiz constitucional Albie Sachs e simpatizante de longo tempo do ANC.
Acrescentou que “houve vários bombardeamentos e a guerra civil, simplesmente porque Moçambique apoiava a luta contra o governo sul-africano”.
A partir da sua independência em 1975, Moçambique alberga campos do ANC até 1984. Em represália, a África do Sul levava uma guerra punitiva, apoiando o movimento de Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e alimentando uma guerra civil que durou de 1977 a 1992, e da qual Moçambique continua ainda hoje a ressentir-se.
O PAÍS – 08.01.2012