O CHEFE de Estado do Benin, Thomas Yayi Boni, foi eleito ontem, em Addis-Abeba, na XVIII Sessão Ordinária da Cimeira da União Africana (UA), como presidente da organização continental, substituindo o seu homólogo da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang Nguema.
Boni permanecerá no cargo nos próximos 12 meses. A XVIII cimeira é dominada pela eleição da Comissão da UA, e as crises líbia, da Somália e da Nigéria. Trata-se da primeira cimeira a realizar-se desde a “Primavera Árabe”, revoluções que derrubaram Hosni Mubarak, então presidente do Egipto, o seu homólogo da Tunísia, Abidine Ben Ali, deposto e morto Muammar Kadhafi, o então líder líbio.
Entretanto, o ponto mais importante do encontro dos estadistas africanos, que relegou para segundo plano o tema da cimeira “A Promoção do Comercio Inter – africano}, é a eleição do presidente da Comissão da União Africana (CUA).
Concorrem para esse cargo o actual presidente-cessante da CUA, o gabonês Jean Ping, e a actual ministra sul-africana do Interior, Nkozasana Dlamini Zuma, ambos apoiados pelas respectivas regiões concernentes.
"Felicito o novo presidente da União Africana (...) Boni Yayi”, declarou Obiang, mostrando-se confiante de que com a sua "grande autoridade" Yayi saberá dar continuidade ao "objectivo de paz e segurança".
A XVIII cimeira da União Africana começou ontem e termina hoje na capital da Etiópia e deverá resultar na eleição do presidente da sua comissão, o órgão executivo da organização.
A principal potência económica do continente, a África do Sul, fez uma campanha interna pela sua candidata, ignorando a tradição de eleger para um segundo mandato o presidente, caso ele deseje recandidatar-se.
Os trabalhos iniciaram com a entoação do hino da UA, seguida de um minuto de silêncio em homenagem à ecologista queniana Wangai Maathai, Prémio Nobel da Paz, falecida em 2011. Posteriormente, começou a fase dos discursos.
O novo presidente da UA, Thomas Boni, nasceu a 1 de Julho de 1952, em Tchaourou, norte do Benin, exerce o cargo de presidente do seu país desde 6 de Abril de 2006. Doutorado em economia pela universidade de Paris IX Dauphine, foi conselheiro técnico dos assuntos monetários e bancários sob a presidência do Presidente Soglo, de 1991 a 1996, antes de ser nomeado presidente do Banco Oeste-Africano do Desenvolvimento (BOAD) em Dezembro de 1994 até Fevereiro de 2006, quando se demitiu para se candidatar às presidenciais de 2006.
Pai de cinco filhos, foi um candidato independente apoiado por uma coligação de cinco pequenos partidos.