MAIS indivíduos indiciados no envolvimento de casos de raptos que têm ocorrido na cidade do Maputo recolheram aos calabouços, há dias, em resultado do trabalho que vem sendo levado a cabo pela Polícia de Investigação Criminal (PIC).
Não foi possível apurar o número exacto dos novos suspeitos mas, segundo as nossas fontes, trata-se de um grupo de cidadãos nacionais e estrangeiros apontados como tendo fortes ligações com a rede de criminosos que há algumas semanas tem vindo a protagonizar, na capital do país, sequestros de indivíduos de origem asiática.
Por outro lado, fonte que temos vindo a citar apontou que o trabalho de investigação policial que vem sendo levado a cabo se estende a alguns países. Porém, não entrou em detalhes, alegadamente pelo facto de se acreditar que parte dos integrantes da rede esteja a actuar a partir de fora de Moçambique.
Na sexta-feira, Taibo Mucobora, Procurador-Geral Adjunto e porta-voz da PGR, sublinhou que o timoneiro da instituição, Augusto Paulino, aquando do encontro realizado com a direcção da PIC, deixou indicações claras que as investigações em curso devem produzir resultados imediatos, identificando e prendendo os autores dos raptos de modo a serem presentes em tribunal.
“Face aos últimos acontecimentos, o PGR deixou recomendações concretas de ordem funcional e que pela sua natureza não as posso detalhar, para que as investigações produzam resultados imediatos. Deve haver uma investigação responsável para que se identifiquem e se responsabilizem os autores do que está a acontecer., explicou Mucobora.
O trabalho não só visa levar os criminosos a responder em juízo, como visa garantir a estabilidade social. Deste modo, apelamos a todos cidadãos para que confiem no trabalho das autoridades, fornecendo todo tipo de informação útil para que possa estancar o fenómeno. Pelamos a confiança e colaboração” – explicou Mucobora.
Tentativa de tráfico de menores no Socimol
Não foi revelada a identidade dos menores, sabendo-se apenas que o mais novo tem cinco anos, o do meio sete e o mais velho 11. Os mesmos terão desaparecido de casa no sábado de manhã quando se encontravam sozinhos.
Dados em nosso poder dão conta que os petizes foram raptados por um indivíduo que se identificou como amigo do pai dos mesmos. Para lograr os seus intentos, o homem convenceu aos petizes que os levava a mando do respectivo pai para Patrice Lumumba. Chegados a este bairro, ao que conta a Polícia, o homem fez-se a uma barraca onde viria a deixar as crianças durante várias horas sem mantimento, desaparecendo para parte incerta.
O suposto raptor só viria a reaparecer perante o trio de irmãos à noite. Para a Polícia, o facto de aquele ter permanecido e de forma demorada na barraca, indicia suficientemente que se tratava de uma caso de tráfico de menores, o que não chegou a consumar-se por razões desconhecidas.
Sem nenhuma explicação, o homem abandonou os petizes a altas horas da noite de domingo no terminal de “Chapas” de Patrice Lumumba. Uma vez sozinhos, os três irmãos foram recolhidos por um cidadão de boa fé que as conduziu ao Posto Policial local, tendo a meio da tarde de ontem sido devolvidas ao convívio familiar.
Em contacto com a nossa Reportagem e falando na condição de anonimato, a mãe dos menores disse que com o desaparecimento por mais de 24 horas e sem nenhuma informação sobre os seus filhos, viveu o pior momento da sua vida.
As autoridades garantem que estão a trabalhar com as pistas obtidas junto das vítimas de modo a chegar ao suposto raptor ora a monte.