À sensivelmente 30 quilómetros a sul do distrito de Jangamo e 17 a Este da Estrada Nacional Número Um (EN-1) se localiza um grande potencial turístico que clama pela sua exploração. As lagoas de Dongane e de Nhambavale.
Com cerca de 700 metros de cumprimento e 100 de largura, as lagoas de Dongane, nas margens da praia do mesmo nome, no distrito de Jangamo, continuam desconhecidas por muitos investidores turísticos, situação que leva os residentes da região a reclamar por falta de estâncias turísticas para relançar o desenvolvimento socio-económico do distrito.
As lagoas de Dongane e de Nhambavale, são para os donos da zona, autênticas pérolas de Jangamo que, no entanto, não estão a ser exploradas, numa altura em que homens de negócios disputam zonas turísticas no Tofo, Tofinho, Barra e outras zonas da costa de Inhambane.
Não obstante o silêncio que se vive na região quanto ao interesse dos homens de negócios para transformar aquela beleza natural em riqueza para todos e colocar, por esta via, Dongane na rota do turismo do país e da região, as comunidades locais sabem que têm nas suas mãos, uma relíquia que, a qualquer momento, poderá ser a tábua de salvação da situação de penúria em que se encontra a região.
“Estas duas lagoas têm um grande potencial turístico sob ponto de vista de instalação, ao seu redor, de grandes empreendimentos não só para aproveitamento das condições favoráveis para a navegabilidade dos barcos de recreio e de pesca, mas também porque, ao seu lado, está a praia que é um grande atractivo para os turistas nacionais e estrangeiros”, disse Alfeu Cuamba, residente da zona de Chuchulo, em Dongane.
Na margem direita, à entrada da lagoa de Dongane, funciona Dongane Golf, uma estância turística ainda em construção com base no material misto, bloco queimado, capim e macute. Dongane Golf, é única estância turística na zona. No entanto, ainda não é suficiente para a exploração das ricas potencialidades existentes na região.
Os residentes locais estão ansiosos em ver Nhambavale, uma relíquia da natureza, a ser explorada por forma a dinamizar o desenvolvimento da zona, através da criação das oportunidades de emprego, para além de tirar do anonimato a localidade de Dongane que, mesmo ostentando aquilo que consideram de potencialidades turísticas invejáveis, continua desconhecida.
A actual exploração é, para alguns residentes, bastante doméstica e rudimentar, pois, Dongane Golf, única estância turística implantada em frente da lagoa é, para já, a primeira iniciativa que, através dos seus serviços, tenta levar a zona para altos voos.
“Uma estância turística é muito pouco aqui, em Dongane. Queremos que o governo autorize mais investidores para trabalhar aqui porque há muita riqueza por explorar. Aqueles que já têm autorização não devem “dormir” sobre a terra, devem trabalhar porque nós queremos ver a nossa zona com um movimento desusado de operadores turísticos e de turistas tal como acontece em outros pontos de Inhambane. Merecemos isso aqui em Dongane”, disse Calisto Alberto, um negociante do mercado de Chuchulo para quem as lagoas de Dongane necessitam de uma exploração correcta e regrada para impulsionar o desenvolvimento.
A propósito da reserva de terrenos nas lagoas de Dongane por investidores que nunca deram a cara, situação que impede que outros interessados explorem a terra, a administradora de Jangamo, Laurina Titoce lamentou o atraso que se verifica na concretização dos projectos autorizados pela direcção provincial do Turismo.
“Temos muita terra sem ser explorada, em Dongane, mesmo já autorizada. São cerca de 300 hectares reservadas pela direcção provincial de Turismo, além de outras áreas que não foram requeridas. Portanto, temos em Dongane, um potencial adormecido”, explicou a administradora.
Além de Dongane Golfe, Laurina Titoce fez saber que existem mais três projectos ocupam, todos juntos, incluindo da única estância turística em funcionamento, cerca de 700 hectares. “O nosso desejo é ver os projectos autorizados, incluindo aqueles que são do conhecimento da direcção provincial de Turismo, avançarem muito rapidamente porque, Dongane, é potencialmente rico e necessita de sair do anonimato, algo que poderá ser conseguido com publicitação dos seus recursos quando bem explorados”, disse Laurina Titoce.
Diferente de muitos pólos turísticos da costa de Inhambane, Dongane não tem problemas de acesso, pois, os cerca de 17 quilómetros de estrada, a partir do cruzamento da EN-1, são de terra batida até à escola primária de Chuchulo, de onde já se pode visualizar as chamadas pérolas de Jangamo.
Os investidores do Dongane Golfe reclamam, por seu turno, da falta de clientes. Apenas na quadra festiva e na semana da Páscoa alguns turistas nacionais e estrangeiros vão dar à zona para passeio nas lagoas e um mergulho na praia.
- Victorino Xavier