JÁ PASSAM 26 DIAS DESDE A TRANSFERÊNCIA DOS RECLUSOS DA BO PARA O COMANDO
-Polícia não quer comentar sobre o assunto. Hoje passam 26 dias desde a transferência dos reclusos da BO para o Comando, mas os seus advogados ainda não foram notificados formalmente.
De fontes reputadas e bem informadas junto do Comando Geral da PRM, o DN recebeu ontem a informação de que Vicente Ramaya e os dois irmãos Satar, designadamente Momade Assif Abdul Satar (Nini) e Ayob Abdul Satar estavam a ser brutalmente torturados pela polícia naquelas masmorras.
A mesma fonte policial segredou ao DN que dois destes réus- Vicente Ramaya e Nini Satar- andam com complicações graves de saúde, facto que aliado às torturas que alegadamente recebem, pode degenerar em “catástrofe.” Aliás, importa referir que, depois de presssões familiares, a polícia liberou a entrada de comida caseira para os três reclusos.
Outrossim é que a polícia, pelo menos formalmente, ainda não esclareceu a Abdul Gani, advogado de Vicente Ramaya, o que está por detrás da transferência do seu cliente da Cadeia de Máxima Segurança, comummente conhecida por BO, paras as celas do Comando.
O mesmo mutismo é observado quando o DN questiona se realmente os três reclusos estariam a ser torturados no comando. Refira-se que passam hoje 26 dias desde que Vicente Ramaya e Nini Satar foram transferidos. Uma semana depois seguiu-se-lhes Ayob Satar, o irmão mais velho de Nini, absolvido no julgamento do conhecido “caso BCM”, por insuficiência de provas, conforme disse na ocasião o juiz de causa, Ashirafo Aboobakar.
RAPTOS
Até aqui a polícia ainda não esclareceu o grau de envolvimento de Nini Satar, Vicente Ramaya e Ayob Satar nos raptos que, eventualmente estão por detrás da sua transferência da BO para o Comando. Aliás, a polícia alega que a transferência se enquadra numa rotina normal, cuja só abrangeu a estes três reclusos.
CONDENAÇÃO
Refira-se que o Tribunal Supremo já confirmou a condenação, que haviasido proferida em 2004 em primeira instância, a penas entre 22 e 24 anos de cadeia para Nini Satar e Vicente Ramaya, respectivamente, pela sua participação na mega fraude dos 144 biliões de meticais (antiga família), que deixou o defunto BCM de rastos. Quanto à sua condenação pelo alegado assassinato, em 2000, do jornalista e editor do extinto jornal Metical, Carlos Cardoso, o processo que interpuseram no TS ainda não transitou em julgado.
(Laurindos Macuácua)
DIÁRIO DE NOTÍCIAS – 29.02.2012