AS dezassete faculdades e escolas superiores tuteladas pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM) deverão entregar até final deste mês as suas propostas de ajustamento dos seus currículos face ao abandono do Modelo de Bolonha, anunciado em finais do ano passado pelo Conselho Universitário.
De acordo com o Reitor daquela instituição, Orlando Quilambo, depois de recebidas a nível da Reitoria, as propostas serão levadas à consideração do Conselho Científico da Universidade, que se deverá pronunciar sobre elas. Entretanto, não foram avançados prazos para a conclusão deste procedimento, mas sabe-se que algumas faculdades remeteram as suas propostas ainda no ano passado, na perspectiva de iniciar a sua implementação no ano lectivo de 2012 que arranca já na próxima segunda-feira.
O Modelo de Bolonha fora adoptado pela UEM em 2009, preconizando, no essencial, a redução do tempo de duração dos cursos de licenciatura ministrados naquela instituição, para um mínimo de três anos e um máximo de quatro.
No entanto, e depois de intensos debates levantados no meio académico e não só, a Direcção da UEM decidiu revogar o currículo de Bolonha, com instruções para que, a partir do ano lectivo 2012, as escolas e faculdades sob sua tutela retornem ao anterior currículo, ou que apresentem propostas de ajustamento que não prejudiquem a qualidade de ensino.
Uma das maiores apreensões apresentadas ao longo dos debates tem a ver com o facto de, alegadamente, muitos estudantes chegarem à universidade com graves deficiências de formação a nível do secundário e pré-universitário.
A proposta de ajustamento dos currículos visa encontrar solução para o caso de estudantes que já estavam a cumprir o currículo de Bolonha, razão por que a Direcção da Universidade recomendou que o processo seja feito com envolvimento dos estudantes e docentes, de forma a garantir que, após a sua graduação, possam ser absorvidos pelo mercado de emprego em igualdade de circunstâncias.
O Ensino Superior em Moçambique foi tema de fundo na Conferência sobre Reflexão do Ensino Superior no país realizado em finais do ano passado na capital do país, envolvendo académicos e a sociedade civil, para identificar formas conducentes à optimização do Ensino Superior dentro do contexto moçambicano.