TERMINOU a greve dos cerca de 80 estudantes bolseiros que durante a semana passada chegou a forçar a paralisação da Embaixada moçambicana na Argélia que, entretanto, ontem voltou a reabrir as portas. No entanto, os estudantes bolseiros enviaram uma carta aos Governos de Moçambique e da Argélia, na qual pedem desculpas por tudo que aconteceu mas, segundo soubemos, o documento não foi recebido por nenhuma das entidades governamentais.
Ao que apurámos de fonte autorizada do Ministério da Educação, supostamente a carta foi enviada via “e-mail” pelos estudantes para um dos pais dos bolseiros. Por seu turno, este encarregou-se de levá-la ao Instituto de Bolsas de Estudo do MINED que, peremptoriamente, a rejeitou.
Como justificação, ao que apurámos, o MINED indica que o documento, para além de não estar chancelado, o seu envio não obedeceu aos canais apropriados e instituídos. Igualmente, segundo fonte que temos vindo a citar, não existem garantias nenhumas de que a carta foi escrita pelos estudantes, uma vez que se suspeita que foram os próprios pais e encarregados de educação que a escreveram para depois enviá-la aos estudantes de modo a legitimarem-na. De seguida, de acordo com suspeitas das autoridades, os estudantes enviaram o documento que se acredita ter sido escrito com base nos acontecimentos verificados no Maputo.
As autoridades acreditam que um dos pontos que levou os estudantes a escrever a carta pedindo desculpas tem a ver com o anúncio feito pelo Ministro da Educação, Zeferino Martins, segundo o qual os cabecilhas da greve já tinham perdido a bolsa e seriam imediatamente obrigados a regressar ao país. Contudo, o “Notícias” sabe que uma estudante já está a caminho do Maputo mas, segundo o MINED, o seu regresso não está relacionado com a greve, mas sim com questões de saúde.
A nossa Reportagem apurou ainda que os pais e encarregados de educação terão se comprometido junto das autoridades em criar uma associação com a finalidade de ajudar financeira e materialmente os seus educandos.
Durante os cinco dias em que os bolseiros estiveram em greve o grupo chegou a invadir as instalações da Embaixada moçambicana na Argélia, supostamente para exigir o aumento das bolsas, actualmente fixada em 150 dólares mensais, bem como para exigir a indicação da figura de adido académico para tratar dos assuntos dos cerca de 200 bolseiros ali existentes.
De forma a persuadi-los a abandonar o local, o Instituto de Bolsas de Estudo chegou a se reunir com os pais e encarregados de educação no sentido de lhes pedir ajuda para sensibilizarem os seus educandos a abandonar o local.