TUDO acontece na zona baixa da cidade de Maputo, concretamente entre as avenidas Fernão de Magalhães, Filipe Samuel Magaia, Guerra Popular, só para citar algumas artérias.
Começou com um grupo bem identificado de indivíduos que, de forma isolada e desinteressada, foi aparecendo defronte de estabelecimentos comerciais vocacionados para a venda de tecidos e capulanas.
Como cogumelos, preencheram uma boa parte da zona. Antes tinham como clientes favoritos as mulheres que eufóricas procuram cada dia que passa a última novidade de capulana, como forma de não ficarem fora da moda no que àquele tipo de indumentária diz respeito.
Estamos a falar de Alfaiates de esquina que encontraram na baixa da cidade de Maputo, uma oportunidade de negócio. Aliás, o mercado é bem fértil tratando-se de um ponto de convergência de muitas pessoas.
É na baixa onde vão desembocar os comerciantes ambulantes de tudo e mais alguma coisa. Os revendedores de capulanas e roupa usada no mercado informal de Mputo concentram-se na zona.
As mulheres, essas tinham a fama de alimentar o negócio ao solicitarem a costura dos famosos “mocume”, (peça composta por três capulanas, com uma aplicação de renda branca). A renda confere um determinado estatuto a quem ostenta, seja o “mucume” seja a simples capulana. Fazem-se bainhas não só das capulanas, como também para lenços de cabeça bem como se manda aplicar as rendas que completam a beleza de um determinado padrão de capulana. Hoje, o negócio dos alfaiates cresceu, pois a dinâmica da baixa também passou a ser outra, devido a proliferação de vendedores de roupa usada nos passeios.
A proliferação de vendedores de roupa nos passeios deu lugar a concorrência entre os vendedores de capulanas. Mas apesar de se tratar de produtos completamente diferentes, os clientes são os mesmos. Esta disputa desencadeada acaba resvalando para o campo dos alfaiates onde os clientes concertam roupa usada que, regra geral, vem da origem, desajustada.
O concerto de roupa usada alimenta o negócio e assim junto de cada aglomerado de fardos de roupa usada há sempre uma máquina a matraquear.