Obras arrancam em Maio e estão orçadas em 26 milhões de dólares
O crónico problema de drenagem na cidade de Quelimane, que em épocas chuvosas tem deixado as ruas alagadas ao nível da zona de cimento, na sequência da obsolência daquele sistema, e casas submersas ao nível da zona periurbana, devido à construção desordenada de casas, tem dias contados.
Várias são as casas em Quelimane que foram erguidas sobre as valas de drenagem, facto que não permite o curso normal das águas fluviais. Refira-se que o problema de construção de casas sobre as valas de drenagem - à revelia das autoridades municipais de Quelimane - é antigo.
O projecto de drenagem envolve obras na zona de cimento, divididas em duas partes, designadamente, obras de raiz, como a implantação de tubagem numa extensão de dez quilómetros, e abertura de valas, num comprimento de três quilómetros. A outra fase consiste na reabilitação da infra-estrutura já existentes, nomeadamente, a tubagem e galerias.
Dentro dos trabalhos da zona urbana, estão contempladas a instalação de comportas até aos pontos de descarga das águas que desaguam no rio cua-cua.
Sempre que chove em Quelimane, e devido à coincidência com a maré alta - facto que tem propiciado o alagamento do centro da cidade pelas águas do rio cua-cua -, está projectada a construção de comportas para fazer face à situação.
Já na zona periurbana, onde também estão projectadas obras de raiz, será construída uma vala, numa extensão de 14 quilómetros. Para permitir a construção desta vala e outras obras de raiz, várias residências serão demolidas.
Neste sentido, para permitir o processo de reassentamento das famílias abrangidas, o Millennium Challenge Account (MCA) arrancou, no mês passado, com a primeira fase de pagamento das compensações, orçadas em dois milhões de dólares americanos.
No referido plano de reassentamento, foram abrangidas 423 pessoas, das quais 397 preferem receber valores monetários e 26 solicitaram construção de novas casas, que serão erguidas nos terrenos já identificados pela edilidade de Quelimane para o processo de reassentamento das famílias abrangidas.
O PAÍS – 20.03.2012