A CAPITAL maliana, Bamako, era alvo ontem de violentos confrontos envolvendo partidários da Junta Militar e manifestantes que protestam contra o golpe de Estado que derrubou o presidente Amadou Toumani Touré no passado dia 22 de Março.
Várias ambulâncias foram vistas no local onde os manifestantes se encontravam concentrados, assim como colunas de fumaça. A situação era descrita, ao princípio da noite passada, pela agência espanhola de notícias (EFE), como sendo de “grande pânico entre os habitantes da capital do Mali.
A France Press referiu, por seu turno, que manifestantes pró-junta invadiram por breves instantes, a pista do aeroporto de Bamako para impedir a chegada de uma delegação de chefes de Estado dos países membros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), esperados ontem no local para ajudar o país a sair da crise em que se encontra após o golpe de Estado.
De acordo com a AFP, dezenas de pessoas dirigiram-se à pista do aeroporto, protestando contra a chegada prevista para o meio-dia da delegação da CEDEAO, liderada pelo presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara.
Os membros da junta, presentes no local, bem como os militares responsáveis pela segurança do aeroporto, intervieram imediatamente para convencer os manifestantes a sair da pista, o que aconteceu depois de alguma negociação.
Na terça-feira, uma cimeira extraordinária de chefes de Estado da CEDEAO decidiu enviar em 48 horas uma delegação de vários líderes da região para "negociar um eventual regresso à ordem constitucional" no Mali. Os chefes de Estado oeste -africanos decidiram igualmente "suspender o Mali de todos os órgãos de tomada de decisões da CEDEAO, com efeitos imediatos até ao restabelecimento efectivo da ordem constitucional".
Essa delegação, conduzida por Alassane Ouattara, presidente da CEDEAO, organização que integra 15 Estados, deveria integrar os chefes de Estado do Burkina Faso (Blaise Compaoré), do Benin (Thomas Boni Yayi), da Libéria (Ellen Johnson Sirleaf), do Níger (Mahamadou Issoufou) e da Nigéria (Goodluck Jonathan). Até ao fecho desta edição não haviam detalhes sobre a cimeira.