Diplomatas moçambicanos mobilizam polícia argelina para tentar correr com os manifestantes da embaixada.
O vice-ministro da Educação, Arlindo Chilundo, disse ontem a saída do Conselho de Ministros que desconhecia as razões do motim, até porque os estudantes já receberam os subsídios do mês de Abril. Por seu turno, o ministro dos negócios estrangeiros, Oldemiro Baloi, justificou a presença da polícia alegadamente para evitar a instalação do caos já que os estudantes não querem negociar de forma ordeira.
A manifestação pacífica de mais de 80 estudantes moçambicanos bolseiros na Argélia, que reivindicam melhores condições de vida, entrou ontem no segundo dia. Em causa está, entre outros pontos reivindicativos, a revisão do valor da bolsa que, neste momento, é de cerca de 150 dólares americanos mensais.
De acordo com informações que nos chegam através dos estudantes amotinados na embaixada moçambicana na capital argelina, esta manifestação acontece após várias tentativas de resolver os problemas que afligem os estudantes moçambicanos. Dizem eles que a mais recente tentativa de diálogo foi com um responsável académico do Instituto de Bolsas de Estudo de Moçambique (IBE), que teve lugar na cidade de Blida, no passado mês de Outubro, onde foram expostos vários problemas que preocupam os estudantes moçambicano, mas até hoje nenhuma das reivindicações teve resposta favorável.
Por outro lado, de acordo com a página na internet do jornal moçambicano A Verdade, citando um dos estudantes que preferiu manter o anonimato, a gota de água foi um corte, inesperado e sem aviso prévio, de um terço no valor da bolsa referente ao período de Setembro de 2011 e Fevereiro de 2012. A única resposta que lhes foi dada na embaixada, local onde os estudantes habitualmente se dirigem para receber o valor semestral da bolsa, foi que Moçambique está em crise e daí o corte.
0 PAÍS – 21.03.2012