O EX-PRIMEIRO-MINISTRO do Senegal Macky Sall foi eleito no domingo presidente do país, colocando fim a 12 anos de poder de Abdoulaye Wade, e considera que o grande vencedor das eleições “é o povo”. “Nesta noite de domingo um resultado saiu das urnas, o grande vencedor é o povo senegalês”, declarou Macky Sall em conferência de imprensa, depois do seu rival ter reconhecido a derrota mesmo antes de serem divulgados os resultados oficiais de um sufrágio que decorreu de forma pacífica.
“Esta noite (de domingo) marca o início de uma nova era para o Senegal”, disse, garantindo que será “o presidente de todos os senegaleses”.
O presidente cessante, Abdoulaye Wade, admitiu a derrota e felicitou já o vencedor.
“Wade telefonou ao rival Macky Sall para o felicitar, depois dos primeiros resultados lhe darem a vitória na 2ª volta das presidenciais”, reportou a agência senegalesa de notícias.
Momentos depois do anúncio da admissão da derrota – que os observadores não esperavam, pelo menos tão cedo – milhares de pessoas invadiram as ruas da sede do partido de Macky Sall, cantando, dançando e fazendo soar alto as buzinas dos carros.
A televisão estatal do país confirmou também a admissão de derrota por parte de Wade.
Wade, no poder desde 2000, candidatava-se a um terceiro e controverso mandato, que muitos analistas receavam que poderia pôr em causa uma das principais democracias africanas. Os resultados oficiais são aguardados entre hoje e amanhã, e, de acordo com a imprensa local, a votação decorreu sem incidentes graves.
Macky Sall, de 50 anos, foi ministro e primeiro-ministro de Abdoulaye Wade, de 85 anos, antes de ser afastado em 2008.
Wade venceu a primeira volta de 26 de Fevereiro com 34,81 porcento dos votos, mas Macky Sall (26,58 porcento) obteve o apoio dos 12 candidatos eliminados.
A União Africana e a União Europeia aplaudiram ontem a forma como decorreu a eleição senegalesa, considerando que o país demonstrou a maturidade da sua democracia e deu um exemplo ao resto do continente.
O presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, considerou que a forma como o presidente cessante, Abdoulaye Wade, aceitou a derrota demonstra a maturidade da democracia naquela nação africana.
O porta-voz da chefe da diplomacia da União Europeia, Michael Mann, disse a jornalistas: "É uma grande vitória para a democracia no Senegal e em África. O Senegal é um muito bom exemplo para África".