O GOVERNO está a negociar financiamento para a construção de quatro a cinco novas linhas-férreas com vista a responder à demanda do transporte na região centro e norte, sobretudo devido às descobertas de recursos minerais, em especial o carvão na província de Tete, ao que se associa o desenvolvimento agrícola.
O Ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, disse-nos recentemente, no Maputo, que, no total, estão previstos cinco mil quilómetros de linha-férrea nova, que deverão ligar a região de Nhamayabue, na província de Tete, e Mutuále, em Nampula. A outra ligará Nhamayabue e Nacala, devendo atravessar a Zambézia, enquanto a outra ligará Moatize até à costa da Zambézia e ainda Moatize a Malawi.
O governante indicou que neste momento decorrem negociações avançadas com a brasileira Vale, a anglo-australiana Rio Tinto, uma empresa britânica, bem como outras companhias interessadas em investir na região.
Sem precisar os montantes envolvidos, Paulo Zucula referiu que, dependendo de cada projecto, as negociações apresentam-se em estágios diferentes, sendo umas avançadas que as outras. Acrescentou que das que estão mais avançadas está a linha que vai de Nhamayabue a Mutuále, cujo estudo de engenharia está concluído, estando actualmente a se negociar as condições de financiamento.
“Todas as outras temos uma resolução do Conselho de Ministros que autoriza que se inicie a negociação dos termos de concessões, o que estamos a fazer com vários operadores”, sublinhou.
O titular da pasta dos Transportes escusou-se a indicar a data do início das obras, garantindo, porém, que durante este semestre haverá indicações claras em termos de condições de concessão e financiamento das linhas.
“Ainda não posso dizer para quando é o início das obras, mas o que é certo é que durante este semestre teremos as coisas resolvidas em termos de concessão e financiamento. Muito provavelmente começaremos a construir no próximo ano”, vaticinou o ministro, insistindo que, no seu entender, ainda este semestre tudo vai ficar claro.