Editorial
Provedores da corrupção
A corrupção continua a fazer manchetes em jornais e a ser motivo de conversa nos mais variados fóruns, mas não é porque os jornais gostam de levar à estampa tal fenómeno, nem porque não haja outros assuntos que sirvam de agenda à opinião pública. Muito pelo contrário. É exactamente porque os corruptos pendurados no Estado tendem a alargar cada vez mais os seus pastos onde progridem na mais completa impunidade.
O fenómeno cresce exponencialmente. Os maus exemplos vêm do alto império. Ser dirigente agora até é sinónimo de corrupto.
O fenómeno da corrupção assumiu tal dimensão que hoje quando falamos dos dirigentes em Moçambique já não se entende alguém que cuida do Estado e se incumbe de serviço público. A primeira ideia que ocorre é: lá está mais um corrupto, ladrão, burlão ou promíscuo.
O léxico alterou-se completamente. Algo que em condições normais seria sinónimo de bom cidadão, os tempos mais recentes encarregaram-se de converter em sinónimo de político adúltero, degenerado, pervertido.
Qualquer cidadão moçambicano tem hoje os senhores do poder como “os corruptos”.