CONSELHO NACIONAL ADIA “SINE DIE”
-A “perdiz” alega que a tensão que se vive em Nampula forçou o adiamento do encontro
O partido de Afonso Dhlakama, a Renamo, adiou a reunião do Conselho Nacional que havia sido marcada para ontem, em Nampula. A “perdiz” alega que adiou o encontro devido à tensão que se vive na chamada capital do norte, onde a polícia reforçou a presença face à concentração de ex-guerrilheiros daquela força política. Para pessoas atentas, a decisão ora tomada pela Renamo não tem nada de extraordinária, uma vez que tal já sucedeu vezes sem conta o que chegou até a irritar os seus membros.
A polícia, designadamente a Força de Intervenção Rápida (FIR), reforçou a sua presença em Nampula, para prevenir distúrbios que possam ser provocados pelos antigos guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), concentrados desde dezembro na sede da força política em Nampula.
A Renamo diz que os seus antigos guerrilheiros, que combateram durante a guerra civil de 16 anos contra o exército governamental da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), estão na cidade de Nampula para garantir segurança nas manifestações que o partido ameaça levar a cabo contra uma pretensa ditadura dos “camaradas”.
Para analisar a convocação das referidas manifestações e discutir outros aspectos da vida interna e política nacional, a direcção da Renamo havia convocado o seu Conselho Nacional, entre os dias 05 e 07 de Março, em Nampula. O porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, afirmou que o encontro foi adiado, devido ao clima que se vive na província.
“A Renamo está indignada com o espectáculo que a polícia está a protagonizar em Nampula. O Presidente da República, na qualidade de Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança pode telefonar ao presidente da Renamo, para conhecer os reais propósitos da presença dos guerrilheiros da Renamo em Nampula”, disse Fernando Mazanga.
Saliente-se que depois deste adiamento, o Conselho Nacional do partido da oposição, sublinhou Mazanga, não tem nova data, mas os antigos guerrilheiros vão continuar em Nampula “em prontidão”, supostamente para protegerem os manifestantes que aderirem à acção que será convocada pelo partido.
“Com este acto de intimidação, a Frelimo mostra a sua aversão aos princípios democráticos, como o direito à manifestação e à liberdade de reunião”, enfatizou Fernando Mazanga. (Laurindos Macuácua)
DIÁRIO DE NOTÍCIAS – 06.02.2012